Tuesday, January 23, 2007

Estou lendo...

Uma Longa Queda, Nick Hornby, 2005

Sempre lembrado por ter escrito os romances “Alta Fidelidade” e “Um Grande Garoto” e inspirado os filmes de mesmo nome, estrelados por John Cusack e Hugh Grant, respectivamente, Nick Hornby conquistou definitivamente seu lugar na minha prateleira preferida.

O escritor inglês, ora muitíssimo respeitado pelas questões que levanta, ora importunado pela crítica que o vê como um autor de auto-ajuda, é conhecido por escrever sobre o comportamento masculino, no tocante às paixões esportivas, à convivência entre pais e filhos, à carreira e à vida amorosa. Seus personagens sofrem sempre algum tipo de conflito, que acaba por levar aos leitores uma mensagem positiva, mostrando como é possível conviver com seus problemas.

Aqui, o universo masculino deixa de ser o centro das atenções para dar lugar a discussões de todos os tipos, sexos e idades. A história é contada simultaneamente pelos quatro protagonistas da situação que os uniu no início da narrativa: todos estavam prestes a suicidar-se, no alto de um prédio em Londres. Todos pareciam ter razões suficientes para tirar a própria vida e, a princípio, é o que vai acontecer no decorrer do livro. Ou não.

Cheio de surpresas, desde as suas primeiras páginas, o livro traz o que Hornby sabe fazer melhor, na minha opinião: retratar a verdade sobre a natureza humana, sob perspectivas melancólicas, porém divertidas. Não são personagens profundos, à luz de olhares filosóficos - e tão pouco sentimos falta disso. São pessoas comuns (tudo bem, talvez um pouco perturbadas psicologicamente) contando sobre si e analisando os demais, de acordo com sua consciência, seu meio ambiente e suas crenças.

Estou torcendo para que as últimas páginas fiquem ainda melhores. Mas já valeu pelos diálogos e reflexões que me levaram às gargalhadas. Ok, ok, admito que eu dou risada de quase tudo...

Semelhança entre Nick Hornby e esta blogger: tudo começou com minha obsessão por listas, por ordenar coisas - ou melhor, quase todas as coisas que tenho pela frente (veja as listas até o fim desta página). O autor, dono de mesma mania, confessa nada sutilmente a sua imbecilidade em “Alta Fidelidade” (leia o livro e veja o filme roteirizado e estrelado por John Cusack).

Monday, January 22, 2007

Adivinhe quem eu queria ser...

Se Spike Jonze e Charlie Kaufmann queriam ser John Malkovich, porque eu não poderia querer ser a PJ Harvey?

Com certeza, alguma mente suja vai pensar “A Ju tá querendo ficar magra igual aquela lá!”. Não é nada disso, apesar de já ter sido comprovado que toda mulher gostaria de perder, pelo menos, dois quilos. O caso aqui é uma admiração profissional e não meramente estética.

Eu sempre gostei de música e até já me arrisquei a cantar. Pelo que se pode observar, a idéia não deu muito certo, mas quando se é teimosa como eu, precisa-se de mais que um sinal divino para entender o que o destino (não) nos reserva. Hoje, eu me lembro perfeitamente das incontáveis vezes em que pedi um violão aos meus pais e na primeira semana com o tão esperado presente na mão, eu percebi que não levava o menor jeito para dedilhar e compreender como é que se extraia um som daquilo.

Hoje, eu limito-me a apreciar e bailar ao som das pessoas escolhidas por Ele para cuidar deste assunto, embora ainda existam muitos fulanos com a mesma obsessão que eu já tive e que continuam insistindo, para a nossa tristeza.

Polly Jean Harvey, a famosa PJ é a queridinha dos indies por seu estilo moderno, despojado e, ainda assim, ultrafeminino. As pessoas costumam estranhar quando dão de cara comigo (e minha cara de patricinha) e me ouvem dizer que gosto do tal movimento independente ou alternativo. Sim, código genético não tem nada a ver com gosto musical e eu sou fã dos mais pioneiros no estilo, como Beck, Pavement e Radiohead.

Bem, voltando à frase que deu início a este texto, digo que gosto muito do trabalho desta grande cantora e compositora inglesa e queria ser exatamente como ela se tivesse uma chance de dar certo na música: uma grande instrumentista, que aprendeu a tocar saxofone, guitarra, piano e, não bastasse tudo isso, cultivou uma linda (e forte) voz e uma admirável escrita. PJ consegue ser uma roqueira, sem ser vulgar. Pelo contrário, ela é competente e muito chic, do tipo que passa batom, se olha no espelho e corre trabalhar.

Está rolando nestes dias no meu som um de seus últimos álbuns, “Stories from the city, Stories from the sea”, de 2.000, um dos que mais gosto – e que também teve a participação de Thom Yorke (Radiohead). Depois foram lançados “Uh Huh Her”, 2.004, e The Peel Sessions 1991-2004 (2.006). Uma das últimas e mais agradáveis coisas que ouvi da boca da moçoila foi a sua participação no álbum solo de Mark Lannegan (QOTSA), “Bubblegum”, em 2.005. Juntos eles formaram um dueto muito sexy e nervoso. Ou melhor, explosivo.

Desde de novembro passado, PJ está em estúdio compondo seu oitavo disco, ainda sem nome definido. Como a sua contribuição para o cenário musical é sempre muito rica, tenho certeza de que não demorará a sair um grande álbum. E eu vou comprar e dublar a minha ídola em frente ao espelho.

Friday, January 12, 2007

Corra que ainda dá tempo


Para os retardatários, vale a pena dar uma corridinha e conferir o emocionante C.R.A.Z.Y. – Loucos de Amor, de Jean-Marc Valleé, que ainda está em exibição no HSBC Belas Artes e na Sala UOL de Cinema.

Tenho tentado assistir a este filme há mais ou menos uns dois meses, mas com a obrigação de me dividir entre tantos happy hours, festas e compras de fim-de-ano, pouco tempo sobrou para as idas ao cinema que, só agora, tenho colocado em dia.

Mas foi bom não ter esquecido e ter feito uma forcinha para ver uma das últimas exibições desta linda e bem produzida película.

O modo como é retratado o amor da família Beaulieu, formada pelo pai trabalhador e conservador, pela mãe coruja e sensitiva e por cinco (bem diferentes) filhos homens pode parecer uma fórmula já conhecida das telas, mas que, ainda assim, conseguiu encontrar nos pequenos detalhes a reprodução perfeita da convivência familiar.

Estes pequenos detalhes – muitos, engraçados, já outros, um pouco tristes, que até nos fazem lembrar de desafetos antigos com entes queridos – somados ao inquietante roteiro e a grande atuação do elenco, faz com que os melhores sentimentos sejam despertados em nossos corações, assim como as esperanças de ver um final feliz também. Afinal, problemas podem acontecer não só nas melhores famílias e, sim, em qualquer uma.

A história tem início no Natal de 1960, com o nascimento de Zac (Zachary), quarto filho do casal, que sobrevive após um parto sofrido e com diagnóstico nada otimista. Desde então, ele é tratado pela mãe (e depois por toda a família) como um menino sensível, com dons especiais.

O pai, Gervais, que sempre estufa o peito para falar das qualidades de seus filhos e sempre credita a si o gene que as originou, é carinhoso, mas também exigente e não admite quando começa a perceber algumas particularidades no comportamento de Zac desde a infância.

Aliás, é preciso abrir aqui um parágrafo para falar de um traço marcante da personalidade do pai que acabou por ilustrar e contextualizar toda a narrativa. O chefe da família é um apaixonado por música, que sempre viu Zac como seu seguidor e o incentivava com presentes como violão, guitarra e bateria, na tentativa de torná-lo um grande músico. A começar pela cantora preferida de Gervais, Patsy Cline, passando por todos os Natais da família em que ele interpretava Charles Aznavour (muito divertido), o filme é repleto de referências aos principais artistas que lideraram aquela época, como David Bowie, e que inspiravam o garoto Zac – este sempre muito bem vestido a caráter. Confesso que o momento em que ele canta em alto e bom som “Space Odity” (com direito à maquiagem de Alladin Sane) me emocionou muito.

De fato, o garoto mostra-se diferente dos outros irmãos no tocante à sua sexualidade (Bowie provavelmente ajudou a confundir a cabeça do jovem) e ele próprio começa a notar que sua atitude incomoda o pai e os irmãos. Para “curar-se” e tentar ser como os outros, ele desafia-se durante toda a sua vida e só aprende a assumir-se e fazer aceitar-se já adulto, depois de uma mística viagem à Jerusalém (lugar que sua mãe, muito religiosa, sempre sonhou conhecer) e da morte de um de seus irmãos mais velhos, por overdose. Raymond era este irmão, com quem Zac nunca se deu bem.

Enfim, o filme traz à tona toda a verdade sobre a vida familiar, porém, de forma muito delicada e instrutiva. Um bom (e leve) guia para pais e filhos enfrentarem o conflito entre suas gerações.

Espero não ter revelado muito do filme, apenas o suficiente para deixar-lhe com vontade de correr para a próxima sessão. Não esqueça a pipoca!

Wednesday, January 10, 2007

Eu sabia que ia dar nisso


A pulguinha que mora atrás da minha orelha está saltitante. Isso porque está me custando acreditar na novidade da programação da MTV Brasil, divulgada recentemente.

No entanto, parece até que eu tinha feito algum workshop de previsões com a Mãe Dinah, quando dizia que alguma coisa não andava bem na MTV.

E não me refiro ao aspecto financeiro - porque estou certa de que o bolso do canal vai muito bem, com a verba publicitária dos anunciantes para o público jovem cada vez maior – e, sim, ao seu novo posicionamento, que contraria sua própria origem.

Um passo por vez, a nova proposta da emissora no Brasil é exibir em breve programas dos mais variados assuntos ligados ao universo jovem, excluindo de qualquer horário e atração a modalidade videoclipe (inclusive o famoso top dos mais pedidos de todos os dias). Este, sim, já poder ser visto na web, através do portal MTVOverdrive, onde também estão disponíveis notícias, entrevistas, a programação da emissora, além de vídeos feitos pelos próprios internautas.

A justificativa para tal iniciativa é baseada no interesse do público jovem em diversas formas de entretenimento, que não se limitam apenas aos videoclipes, hoje, muito facilmente vistos em sites como Youtube, MySpace, entre outros.

E assim, a minha geração, que foi adolescente e tornou-se adulta, sempre aficcionada por MTV, seu formato inovador e sua linguagem descolada - exatamente como todo jovem gostaria que fosse – continua a acompanhar com um pouco de frustração as transformações do canal. Além da emigração, nos últimos anos, de bons apresentadores – os pioneiros na desejada profissão de VJ - que muito entendiam sobre música e sempre agregavam muita credibilidade à emissora, agora também vemos uma programação fraca, sem propósito e conteúdo (bem parecida com a que estamos acostumados a ver nos canais abertos) e que parece não querer mais a companhia dos maiores de 20 anos. Para piorar tudo, não teremos mais nem um clipezinho, nenhuma música de nossa banda preferida para assistirmos quando chegarmos em casa cansados.

A MTV sempre foi um canal à frente de todos os outros na televisão brasileira, a começar por sua postura direta e incisiva diante de questões como política, sexo, drogas e por sua liberdade para falar aos jovens, o que e como quiser. Obviamente, não poderia ser diferente no tocante à tecnologia e suas inúmeras possibilidades. A MTV estaria na frente da mesma maneira.

Sim, os jovens, principalmente, passam muito mais tempo, diante do computador, como também utilizando o MSN e falando ao celular. E este número só ira aumentar.
Sim, qualquer pessoa pode fazer um vídeo de um show com seu aparelho celular ou câmera digital e enviar para amigos em qualquer parte do mundo.

Mas pôr fim à exibição do videoclipe é minimizar a sua capacidade de entretenimento e desvalorizar o trabalho criativo de bandas e todos os outros profissionais envolvidos. O bom videoclipe é emocionante, inspirador e aproxima o artista de seus fãs. Do contrário grandes diretores de cinema como Spike Jonze, Tim Burton e Fernando Meirelles nunca teriam “perdido” seu tempo e criado excelentes filmes.

Que o futuro de tudo será a internet, por meio da convergência dos meios, todos sabemos. Como se pode acompanhar nos últimos dias, a Apple acaba de lançar o iPhone, um celular que funciona como reprodutor de música digital, tira e armazena fotos e acessa a Internet sem a utilização de fios. E mesmo o que Steve Jobs lançou já não era grande surpresa. O mundo da tecnologia e seus apaixonados contavam os dias para isso acontecer. Entretanto, a decisão não pode ser tomada da maneira mais simplista, pois no Brasil (primeiro local onde a MTV apresenta tal iniciativa) a inclusão digital ainda está bem distante de ser concluída.

Ao meu ver, o que a MTV está propondo não é a multiplicação da informação, nem das opções de escolha para se ver ou assistir música. É sim, a exclusão de uma parcela de seu público (até então fiel) e também um pouco de descaso com os artistas que fizeram a sua audiência crescer durante todos os seus anos de vida.

É por isso que eu vou mandar a minha pulga sentar e esperar para ver.

Friday, January 05, 2007

De caso com Franz Ferdinand

À primeira vista não houve quase afinidade alguma com esta banda formada por quatro escoceses aparentemente bem comportados e bem penteados, que diziam tocar rock para as meninas dançarem.

Há muito tempo um amigo meu, que morou em Londres, falava sobre esta banda, que ele dizia adorar e sobre a qual passava horas contando sobre o show deles que teve a oportunidade de ver na gringolândia. Mesmo assim, nunca me interessava muito. Tudo bem, “Take me Out” até atraia minha atenção para frente da TV, quando despejava seus primeiros acordes. Eu pensava comigo: será a nova dos Strokes?

De fato é bem inspirado na banda americana, mas agora, vendo com outros olhos, ou melhor, ouvindo com outros ouvidos, tem seu estilo próprio. A verdade é que os Strokes inauguraram uma nova geração do rock e tudo o que surge desde então provoca dúvidas.

Mas eu também sei admitir quando estou errada ou quando fiz mau juízo de algo que está tentando propor novos caminhos. Para mim, o Franz é sim inspirado – ou parecido – com muitas coisas, contudo, é também cheio de personalidade e ousadia, de fato, uma ótima banda. Talvez, só um pouco exagerada no quesito “fofa”.

O que quero dizer, enfim, é que nesta semana estou um tanto quanto apaixonada pelas músicas da banda. Bem naquela fase romântica, em que não se enjoa, não se desagrada, tudo é lindo, muito legal e por isso tenho ouvido constantemente e compulsivamente. Não sei se isso também acontece com você, mas eu tenho fases para ouvir cada música. Quando não encontro o som do momento, chego a trocar de álbuns três ou quatro vezes até encontrar a batida apropriada.

Voltando ao FF, alguém já te emprestou uma frase melhor que: “I love the sound of you walking away” para mandar uma pessoa embora de vez da sua vida? Para mim é perfeita! Calma, não estou com raiva de ninguém, ok?

Ou então, “Well I wasn’t down, I just wasn’t smiling at you”, quando alguém fica te aporrinhando para saber o que está acontecendo ou simplesmente não quer enxergar.

São músicas cheias de citações perdidas e sentimentos confusos, que carregam, porém, ótimas comparações, insultos inteligentes e frases que parecem sempre dar uma piscadela para gente. Espera aí, mas quem disse que precisa fazer algum sentido? Eddier Vedder sempre afirma que as canções do Pearl Jam não dizem absolutamente nada!

É isso. Estou na minha semana Franz Ferdinand e se bobear eu até ligo o som de casa e danço sozinha, tá?! E daí?

Wednesday, January 03, 2007

Minha vida musical em 2006

É difícil fugir da tradição de querer eleger os melhores de cada ano que se encerra. Para mim, principalmente, por adorar listinhas de tudo.
Entretanto, fica sempre tudo muito parecido, porque as coisas boas costumam sofrer de unanimidade e, não acrescentaria muito qualquer coisa que eu escrevesse, sendo uma simples mortal e fã de música, contrariando ou somente concordando com os pós-graduados no assunto.
Por isso, relato abaixo algumas de minhas experiências musicais em 2006, que foram melhores que as do ano anterior e que, sob muita torcida, figas e trevos de quatro folhas, cederão espaço para que as deste promissor ano que começa sejam ainda mais satisfatórias.

Show histórico
Foram muitos os shows internacionais que neste ano me deram o prazer de estar mais próxima ao que de melhor existe mundo afora. Apesar dos ingressos caros, das filas intermináveis e de todo o trâmite - para não dizer sacanagem - que rola nos bastidores do show business, foi bom esgotar minhas cordas vocais com o U2, Franz Ferdinand, Oasis, Jamiroquai, New Order, apesar de ter perdido os Beastie Boys, o B.B. King e o The Cult. Meu melhor presente, porém, foi dado por Mick Jagger e Sir Keith Richards, nas areias de Copacabana: um show histórico, que reuniu mais de um milhão de enlouquecidos, na praia mais famosa do Brasil para ver a banda mais importante – e viva – do mundo. Sensacional.

Batucada fina
2006 também foi o ano das bandas nacionais ganharem fãs no Brasil e no mundo, como os queridinhos do Cansei de Ser Sexy, Forgotten Boys e Bonde do Rolé. Dos shows que pude assistir, o do Nação Zumbi mais uma vez não decepcionou. No som de casa ou ao vivo, Jorge du Peixe e Lucio Maia continuam liderando a melhor banda brasileira da atualidade. Chego a me emocionar todas as vezes que ouço aquela percussão extremamente sintonizada com as guitarras. Coisa muito fina!

Onde investi tempo e dinheiro
Comprei muitos vinis e CDs neste ano que passou e ainda bem que a tecnologia sempre dá uma forcinha para quem está no vermelho como eu, pois assim, pude ouvir muita coisa nova nos iTunes alheios também.
Virei o último ano ouvindo os novos álbuns de Strokes e Oasis e depois parti para Pearl Jam, Audioslave, Racounters, Franz Ferdinand, She Wants Revenge, Band Of Horses e Bob Dylan.
Mas se alguma banda puder ser comparada às bebidas que incorporam mais sabor e melhoram com o tempo, esta seria o Red Hot Chilli Peppers. É impressionante ver como o grupo da Califórnia, que nasceu há quase 20 anos do funkmetal, consegue fazer rock’n roll de qualidade, caindo no gosto popular, sem contudo perder a personalidade e a pegada rebelde. Depois dos últimos quatro anos dominados por bandas jovens, Anthony Kieds, Flea, Chad Smith e John Frusciante, brindaram sua maturidade com 28 novas músicas.
E, por fim, iniciei 2007 com o pé direito, ouvindo o novo som do Beck que, aliás deveria adotar o sobrenome “Gênio da Silva”, tamanha a sua admiração pela nossa música e sua incansável capacidade criadora.

Minha queridinha
A música que quase estourou meus tímpanos foi a “You Only Live Once”, dos Strokes. Fazia tempo que não via uma mesma banda colocar tantos hits na boca de uma mesma geração, tendo em vista as tantas opções que se tem hoje. A turma de Julio Casablancas consolidou e amadureceu seu estilo, provando e reafirmando que não veio ao mundo para ser uma banda de uma música só. Tomara que “Stead As She Goes”, dos Racounters, e “Crazy”, de Gnarls Barkley, tenham a mesma sorte que “Last Night”.

Foi bom ver
Deu orgulho ver todo mundo requebrando nas pistas de dança ao som de uma das músicas brasileiras mais legais e mais conhecidas mundialmente, “Mas Que Nada” (Jorge Ben), na mixagem do Black Eyed Peas, para a versão de Sergio Mendes. O brazuca, sempre diminuído pela crítica, até voltou aos palcos depois de três décadas.

Leitura recomendada
Reações Psicóticas, de Lester Bangs (1949-1982), reúne alguns dos melhores críticos desse que é considerado por muitos o maior crítico de rock de todos os tempos. Vale a pena pelos “causos” contados e pelo estilo de escrita que até hoje influencia gerações de jornalistas.

Onde eu dancei rock
Sábado, no Milo’s Garage, foi a opção que mais escolhi para dançar e cantarolar o meu setlist predileto. O DJ é o mais saltitante e animado que já vi em horário de expediente. O único porém é que a noite ficou tão disputada que a pequena balada lotava antes mesmo da meia-noite e deixava muita gente do lado de fora.

Um bom palco, no interior
São Paulo é o centro das grandes casas de shows que, apesar do nome que carregam, nem sempre valorizam a qualidade do som produzido pelos artistas. Já assisti a muitas apresentações prejudicadas pela estrutura do local que as abrigou. Um bom lugar para assistir shows de menor porte é o Galpão Busca Vida que, além de oferecer a saborosa pinga fabricada pela própria casa, mantém uma programação descolada e permite ao sempre interessante público presente estar bem próximo dos músicos. A menos de 100 Km da capital, na cidade de Bragança Paulista, o Busca (como é mais conhecido localmente) recebeu neste ano Nação Zumbi, Lô Borges, Arnaldo Antunes, entre outros.

No morro sem samba
Ainda é uma excelente opção de balada no Rio de Janeiro os shows do Projeto Noites Cariocas, que acontecem nos finais-de-semana, no alto do Morro da Urca.
Estive lá recentemente num show do Capital Inicial que, apesar de não mostrar novidade alguma, gostei bastante, porque o local tornou a apresentação mais vibrante, tanto pela informalidade (o local também é pequeno), quanto pela vista incrível que se tem da cidade, deixa o ambiente cheio de boas energias. Também é possível ver gente bonita e ficar um pouco distante da violência da capital carioca.