Monday, January 22, 2007

Adivinhe quem eu queria ser...

Se Spike Jonze e Charlie Kaufmann queriam ser John Malkovich, porque eu não poderia querer ser a PJ Harvey?

Com certeza, alguma mente suja vai pensar “A Ju tá querendo ficar magra igual aquela lá!”. Não é nada disso, apesar de já ter sido comprovado que toda mulher gostaria de perder, pelo menos, dois quilos. O caso aqui é uma admiração profissional e não meramente estética.

Eu sempre gostei de música e até já me arrisquei a cantar. Pelo que se pode observar, a idéia não deu muito certo, mas quando se é teimosa como eu, precisa-se de mais que um sinal divino para entender o que o destino (não) nos reserva. Hoje, eu me lembro perfeitamente das incontáveis vezes em que pedi um violão aos meus pais e na primeira semana com o tão esperado presente na mão, eu percebi que não levava o menor jeito para dedilhar e compreender como é que se extraia um som daquilo.

Hoje, eu limito-me a apreciar e bailar ao som das pessoas escolhidas por Ele para cuidar deste assunto, embora ainda existam muitos fulanos com a mesma obsessão que eu já tive e que continuam insistindo, para a nossa tristeza.

Polly Jean Harvey, a famosa PJ é a queridinha dos indies por seu estilo moderno, despojado e, ainda assim, ultrafeminino. As pessoas costumam estranhar quando dão de cara comigo (e minha cara de patricinha) e me ouvem dizer que gosto do tal movimento independente ou alternativo. Sim, código genético não tem nada a ver com gosto musical e eu sou fã dos mais pioneiros no estilo, como Beck, Pavement e Radiohead.

Bem, voltando à frase que deu início a este texto, digo que gosto muito do trabalho desta grande cantora e compositora inglesa e queria ser exatamente como ela se tivesse uma chance de dar certo na música: uma grande instrumentista, que aprendeu a tocar saxofone, guitarra, piano e, não bastasse tudo isso, cultivou uma linda (e forte) voz e uma admirável escrita. PJ consegue ser uma roqueira, sem ser vulgar. Pelo contrário, ela é competente e muito chic, do tipo que passa batom, se olha no espelho e corre trabalhar.

Está rolando nestes dias no meu som um de seus últimos álbuns, “Stories from the city, Stories from the sea”, de 2.000, um dos que mais gosto – e que também teve a participação de Thom Yorke (Radiohead). Depois foram lançados “Uh Huh Her”, 2.004, e The Peel Sessions 1991-2004 (2.006). Uma das últimas e mais agradáveis coisas que ouvi da boca da moçoila foi a sua participação no álbum solo de Mark Lannegan (QOTSA), “Bubblegum”, em 2.005. Juntos eles formaram um dueto muito sexy e nervoso. Ou melhor, explosivo.

Desde de novembro passado, PJ está em estúdio compondo seu oitavo disco, ainda sem nome definido. Como a sua contribuição para o cenário musical é sempre muito rica, tenho certeza de que não demorará a sair um grande álbum. E eu vou comprar e dublar a minha ídola em frente ao espelho.

No comments: