Thursday, February 28, 2008

Muito mais que cinco sentidos






Está certo que sou uma pessoa bem sensível e que não é preciso muito para me fazer chorar. Mas na última semana, o filme "Into The Wild" (aqui no Brasil, "Na Natureza Selvagem") ultrapassou qualquer limite e superou até momentos tristes de minha vida. Instantes depois da sessão encerrar, ainda estava eu lá derramando lágrimas e pagando mico no meio de todos os que deixavam a sala de projeção.

Algum dia 28 atrás, eu havia postado a notícia sobre o lançamento tanto do filme - estupidamente dirigido por Sean Penn e honestamente interpretado por Emile Hirsch (Alpha Dog) - como também da trilha sonora arrepiante, composta e cantada por Eddie Vedder.

Porém, mais que provocar o choro com suas cenas tristes, bonitas e duras, Sean Penn conseguiu provocar um embrião para uma discussão cada vez mais pertinente à nossa realidade atual. Durante todo o filme, procura-se explicar e justificar as razões que levaram Christopher McCandless a abandonar tudo e passar parte de sua vida longe das pessoas queridas, de uma vida social e totalmente desapegado às questões materiais.

No entanto, em nenhum momento aponta-se este como o caminho melhor ou certo para encontrar a verdadeira felicidade. Pelo contrário. O final do filme sugere que aquele não era um momento para ser eterno e que ser feliz sozinho não tem praticamente valor algum. Reflexão bem adequada à nossa sociedade mais individualista e menos solidária, governos e instituições que atuam para benefício próprio, empresários praticamente sanguinários e pessoas cada vez mais vazias e superficiais.