Wednesday, December 19, 2007

O melhor show de rock do ano

Não é para polemizar! É só para os mais desavisados ou aqueles que não conseguiram ir ao show, saberem que a apresentação de Chris Cornell, na última quinta-feira foi simplesmente a melhor do gênero nesse ano aqui em São Paulo. Dono de uma voz divina e de letras apaixonantes, o blue-eyes do grunge arrebentou o palco do Credicard Hall com sua banda e uma avalanche musical carregada de Soundgarden, Audioslave, Temple Of The Dog e até mesmo Led Zeppelin!!! Foram duas horas e meia de uma performance impressionante, onde o astro principal parecia não fazer força para cantar seus sucessos tão enérgicos na boca do público!

E ainda dizem que o grunge já era. Aqui, se ele se foi, já voltou rápido para os nossos ouvidos. Confira aqui, aqui e aqui uns filminhos que consegui fazer de pertinho do "cara". Billie Jean talvez soe um pouco estranha no novo álbum ("Carry On"), mas ao vivo é de arrepiar. Seatle sucks!


Thursday, December 13, 2007

Save the DJ


Há dois anos uma pequena garagem me surpreendeu tamanha quantidade de bons sons que conseguia ofecerer num lugar tão pequeno. O tempo passou, a garagem do Milo (antes apenas uma loja de discos) continua apertada, mas a fama aumentou - e junto dela a fila. E a razão não é tão difícil assim de descobrir. O culpado é o tal DJ Guab, abreviação para Gustavo Abreu, que faz playboys, grunges, emos, descoladas e roqueiros dançarem coladinhos ao som do mixtape (nome criado por ele mesmo) de rock´roll, britpop, MPB, jovem guarda, punk e música eletrônica.
E além de fazer fila na calçada de uma das ruas de Higienópolis, Guab também conseguiu que sua fama chegasse aos ouvidos dos organizadores do TIM Festival, que o convidaram para tocar na última edição...veja esse vídeo do TIM 2007. Aí ele nem está dançando tanto, mas o cara costuma ser um pé-de-valsa, não pára um minuto! Boa pedida antes do Milo entrar em férias...
A febre da minha semana atual
Não consigo parar de ouvir essa música (entre as queridinhas que animaram a balada do último sábado) e o bom é que o clipe é ainda mais legal - principalmente se você se sente um palhaço (a) diante as situações mais bizarras que vivemos todos os dias!!! Arctic Monkeys neles!

Thursday, November 29, 2007

Blue eyes


Depois de Frank Sinatra, talvez seja dele o par de olhos azuis mais bonitos da música mundial.

Mas o que interessa é: Chris Cornell vem aí, no dia 13 de dezembro, para uma apresentação no Credicard, aqui em São Paulo (o Rio também o receberá).

"Carry on", seu novo CD solo é o que motivou o cantor a excursionar pelo mundo pela primeira vez em sua fase só. Não acredito que o repertório do show trará músicas suas com as bandas Temple Of The Dog, Soundgarden e Audioslave, se bem entendo do jeitinho tosco do nosso ídolo forever-grunge. E acho que ele também nem precisa disso, pois "Euphoria Morning", o primeiro álbum da voz mais linda de Seatle (tá bom, Eddie Vedder tá no páreo) garante um set list muito bom, cheio de agressividade, energia e romantismo também. Delicious!!!







Thursday, November 08, 2007


Dos estúdios de Hollywood...


Se você achava que paralisação de serviços era coisa de funcionário público brasileiro, deve estar vendo que greve é palavra de ordem em Hollywood nos últimos quatro dias, a indústria do cinema dos Estados Unidos. E como não poderia deixar de ser, Arnold Schwarzenegger também apareceu para tentar resolver algazarra que os roteiristas andam causando por lá.

Agora eu pergunto: imagina se brasileiro, que adora ser 'trendy', resolve copiar o modelito americano e começa a parar de escrever novela e toda a meleca com a qual somos obrigados a conviver? O que será que o Silvio Santos, o Bispo e o Boninho iriam inventar? Mas pensando bem, acho até que seria uma ótima oportunidade para revelarmos atrações televisivas mais interessantes.

Bem, para quem quer acompanhar a pendenga hollywoodiana, Ana Maria Bahiana sabe tudo.








Monday, October 29, 2007

Um puta prato cru
Apesar da expectativa de um grande espetáculo de rock, como escrevi na última sexta-feira, a última noite do TIM Festival deixou, na verdade, a sensação de um prato cru.
Tudo porque a falta de organização e atrasos imperaram no domingo e fizeram com que milhares de fãs deixassem a Arena Skol Anhembi muito antes do fim dos shows. Decepcionante.
Não fosse a elétrica e originalmente roqueira apresentação de Juliette & The Licks, eu teria achado que rasguei dinheiro com o caro ingresso do Festival. Tudo porque o que se viu (e não foi a primeira vez) foi muito sujeira - pois é, mesmo com tanto falatório sobre respeito ao meio ambiente, não era fácil encontrar latas de lixo, que ficaram ali espalhados entre a platéia -, filas imensas para ter acesso a qualquer coisa que alimentasse (e que distraísse a espera para os shows) e porque entre uma apresentação e outra as equipes demoravam, média, uma hora e meia para montar toda a parafernália das bandas.
O festival já erra logo de início, ao colocar as melhores atrações para tocar no domingo (sim, em 2005 foi a mesma coisa), sendo que a maioria do público trabalha na segunda-feira (sim, denovo, porque para ter acesso aos onerosos ingressos é preciso trabalhar, e muito). Segundo os colegas que se sacrificaram para ficar até o fim das apresentações, o evento terminou às seis desta segunda-feira.
Em tempos de quase violenta concorrência, uma operadora como a TIM nunca deveria esquecer-se de que é bem mais difícil manter um cliente, que conquistar novos adeptos e que experiências de marca como essas também podem ser bem negativas para a sua.

Friday, October 26, 2007

O filé ou prato principal



Está chegando a noite do menu do TIM Festival mais esperada por esta que vos escreve - domingo, 28. E, ao que tudo indica, esta promete ser uma das melhores de todas as edições, que acontecem desde 2003, quando a operadora assumiu o evento já consolidado no mercado com a marca Free Jazz Festival. Para quem está por fora, são muito aguardados os shows de Bjork, Artic Monkeys, Juliette & The Licks, The Killers, além de Spank Rock e Hot Chip, a partir das 18h30.

Se bem que em 2005, Mundo Livre S/A, Kings of Leon e Strokes fizeram apresentações de arrepiar (ou babar), pelas quais valeu o ingresso, o megatrânsito para deixar a Arena Skol Anhembi na saída e o sono na segunda-feira seguinte.

Fico aqui contando os minutos com água na boca, degustando na internet alguns aperitivos e tira-gostos. Bom apetite para que vai também!




Monday, October 22, 2007


Ele está lá sim



Embora o diretor Todd Haynes tenha chamado seu filme sobre Bob Dylan de I'm Not There, eu tenho certeza de que ele está lá sim. Não há dúvidas.

Ontem, depois da sessão exibida pela 31a Mostra de Cinema de São Paulo, fiquei um bom tempo pensando se havia gostado do filme ou não, ou se eu era a única que estava com um ponto de interrogação vermelho na testa. Sim, porque imediatamente ao término do filme, mais de uma dúzia de empolgados aplaudiam, enquanto eu simplesmente não conseguia formular uma opinião tão rapidamente. Mas isso pode ser a cor do cabelo também!

O fato é que, através de diversos atores (Cate Blanchett, Christian Bale, Heath Ledger, Richard Gere, entre outros) vivendo fases distintas da vida de Bob Dylan, o diretor contou um pouco da trajetória do cantor folk (que segundo o próprio, o estilo não era folk), misturando histórias verdadeiras e outras que talvez nem tenham acontecido e diálogos descontínuos (para não dizer malucos) sobre política, sociedade, música e, claro, o comportamento chato e egocêntrico de Robert Allen Zimmerman. É nisso que ele está lá. Talentoso, auto-didata, contraditório, polêmico, politizado, traidor, está tudo registrado lá.

Não chego a dizer que o filme é genial, como afirma o global Zeca Camargo, mas não posso dizer que não gostei, porque tem cenas lindas, direção de fotografia de arrepiar, além do privilégio da atuação de um grande elenco, muito bem caracterizado e ambientalizado, e ainda, algumas belas canções, muitas até desconhecidas. Pena que o filme ainda não tem data para estrear em circuito aberto no Brasil e o tira-teima vai ter que ficar para depois.

Quem preferir algo mais linear e menos poético, vale a pena ver (se não dormir antes) o documentário de Martin Scorcese, No Direction Home (2005).








Wednesday, October 17, 2007

Quem entende Michel Gondry?


Dessa vez, o cara indie-underground do cinema, que também já dirigiu inúmeros clipes de gente importante como Rolling Stones, The White Stripes, Beck, Paul McCartney e Bjork, visita agora o mundo publicitário em um filme criado para a Motorola.

Seus trabalhos mais expressivos (um deles até lhe rendeu um Oscar de Melhor Roteiro Original) são os filmes A Natureza Quase Humana e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, ambos do também criativo Charlie Kaufman.

Assim como nos filmes, no novo comercial de celular o diretor francês explora ao máximo o visual, as sensações e boas seqüências de cenas, sempre muito bem entrelaçadas. O conceito do filme não é lá assim tão inovador, uma vez que, como todas as outras fabricantes, evidencia a experiência proporcionada pelo aparelho. Mas merece atenção pelo critério de ter escolhido alguém tão caprichoso. E essa também pode ir para aquela lista de coisas que gostaríamos de ter feito...rs

também dica do André :)

Tuesday, October 16, 2007

Tarde nerds


Todo mundo sabe que ficar em São Paulo durante um feriado é ótimo porque, além de evitar o congestionamento nas estradas, pode-se aproveitar o que a cidade tem de melhor, sem enfrentar filas, trânsito e o estresse do dia-a-dia.

Mas o que muita gente ainda não fez foi visitar as atuais exposições que fazem parte das comemorações dos 60 anos do Museu de Arte de São Paulo. Seguindo um roteiro que começa pelo 2o andar, passamos pelo delicioso acervo do MASP, com importantes obras brasileiras, francesas, italianas, entre outras.

Em seguida, pode-se visitar a exposição "A Arte do Mito", que reúne uma das mais importantes coleções do mundo. Ao descer para o 1o andar, é possível conhecer a coleção pessoal de João Sattamini, na mostra "Arte e Ousadia: O Brasil na Coleção de Sattamini", repleta de interessantes trabalhos de artistas como Alfredo Volpi, Lygia Clark, Jorge Guinle Filho, Victor Arruda, Beatriz Milhazes, Daniel Senise, entre outros, divididos em fases sócio-políticas do país.

E o passeio termina (no subsolo) na coleção da DaimlerChrysler - "De Bauhaus a (Agora)" - que abriga pinturas, esculturas e instalações (adoro essa expressão!) da arte contemporânea internacional. Vê-se lá Josef Albers, Willi Baumeister, Andy Warhol, Hans Arp, Sylvie Fleury e John M. Armleder. É barato e é bacana, mas eu vou parar por aqui, antes que eu ache que entendo alguma coisa de arte!


Monday, October 15, 2007


Bravíssimo


Há alguns posts eu escrevi sobre a enxurrada de biografias de músicos que invadem os cinemas, ano após ano. Por isso, eu nem deveria falar de mais uma delas por aqui para não me contradizer e não deixar os leitores entediados. A questão é que esta, apesar de repetir a história de gênios da arte que tiveram um passado sofrido, surpreende pela sensibilidade e comoção.

A voz e o talento da francesa Edith Piaf já eram conhecidos da platéia mundial, mas o que se pode descobrir no filme que está em cartaz desde a última sexta-feira (12), Piaf - Um hino ao Amor (Olivier Dahan), é que toda a sua vida foi pontuada por tragédias, que em momento algum conseguiram tirar o seu brilho ou fazê-la desistir de sua maior paixão: a música.

Abandonada na infância pela mãe alcoólatra, abrigada pelo bordel da avó, depois criada pelo pai que a maltratava, Piaf quase ficou cega, prostituiu-se, passou fome, viveu bêbada cantando pelas ruas de Paris, usou drogas, teve uma gravidez adolescente e apaixonou-se por um homem casado, já famosa, e morreu jovem, aos 48 anos, de câncer, reumatismo e de tristeza pela morte desse homem, o boxeador Marcel Cerdan.

No entanto, o filme começa a se diferenciar dos demais quando pincela alguns desses momentos de forma muito sutil, num gesto de respeito ao pequeno pardal (assim a chamou o primeiro empresário que a viu cantar na rua) e de homenagem à força de seu dom de cantar, que fascinava a todos por onde passava.

Incrivelmente interpretada por Marion Cotillard (Um bom ano, 2006), a protagonista fica em cena quase todo o tempo, durante as mais de duas horas de filme, e comove tamanha sua dedicação física e emocional à personagem. Marion provou estar à altura de todos os famosos que costumam interpretar grandes nomes da música no cinema. (aplausos)

Thursday, October 11, 2007

Um pouco de inspiração



Perturbado, viciado, suicida, porém, talentoso. Um cara, como poucos na música, original e muito a frente de seu tempo. Quisesse eu escrever metade do que Kurt Cobain compôs e ter uma banda que revolucionou o rock, sem calcular a dimensão de seu poder transformador.

Essa foto foi assumidamente roubada do flickr da minha querida amiga Ste que recentemente visitou a Frieze Art Fair, em Londres, uma das mais charmosas do mundo.

Wednesday, October 10, 2007

A Tropa de Elite na Cingapura

Enquanto ainda repercute por aqui o "Tropa de Elite" do diretor José Padilha, em torno do universo de uma polícia que parece querer funcionar e também da pirataria descontrolada, lá na Cingapura a coisa funciona um pouco diferente. Mas bem, parece funcionar de verdade, mesmo para os assuntos julgados como de menor importância. Curioso o texto no Blog do Sérgio Dávila sobre a fiscalização das gomas de mascar lá para os lados da Ásia.

Monday, October 08, 2007

Mais um lançamento desse ano

A Rolling Stone gringa disponibilizou em seu site todas as músicas do novo disco do Radiohead, "In Rainbows" . Lembrando que a novidade vem acompanhada de uma atitude ousada da banda em relação à internet: a banda lançou um megabox comemorativo e também um novo sistema de download para suas músicas, onde os internautas podem pagar o quanto quiserem para baixar as canções (a partir do próximo dia 10, no site da banda). Não tem preço fixo nem leilão, funciona por meritocracia!
Esse é o sétimo disco da banda, que havia lançado o chato "Hail to the Thief" em 2003.

Tuesday, October 02, 2007

Sob o efeito da propaganda
Hoje foi divulgada uma pesquisa global que concluiu que os brasileiros são os que mais acreditam em propagandas. E eu não só acredito, como estou me vendo influenciada por ela. É a prova de que cruzar consumidor, canal e conteúdo realmente funciona para vender um produto.
Tudo isso para falar que eu não sou fã do Bob Dylan e acho que há na música mundial pessoas bem mais talentosas que ele mas que, com toda a publicidade em torno do filme "I'm not there", sobre a vida do cantor, que será lançado em breve no Brasil, já estou convencida de que tenho que ver o filme o quanto antes.
Além do próprio filme em sim ser uma grande estratégia de marketing, ao trazer diferentes nomes do cinema para interpretar as diversas fases da vida de Dylan, o trailer já virou um "case viral", espalhando-se por todo o mundo e agora tem até um site onde você pode escrever uma mensagem qualquer que pode ser enviada para quem você deseja, nas mãos de, nada mais, nada menos, que o próprio dito cujo.

Elephant o quê?


Já tem uns dois meses que o André introduziu uma banda muito boa à turminha - confesso que no começo fiquei tentando entender o que era. Todo mundo adorou e eu achei que merecia dividir isso com quem curte descobrir coisas novas (e não tão novas assim). O nome da banda é Beirut, os caras são americanos e o som parece ter saído da nova geração do pop britânico, apimentada por uma levada que lembra uma orquestra cigana. Resumo da ópera: delicioso.


O primeiro trabalho gravado pela banda foi o EP "Lon Gisland", do qual saiu a música "Elephant Gun", minha preferida e cujo clipe é realmente muito bem feito.


O CD da estréia oficial foi o "Gulag Orkestar", com 13 boas canções, às vezes, um pouquinho cansativas. De qualquer forma, vale a pena espiar. A indicada do André é "Post Cards From Italy", que também gruda feito chiclete.


E está previsto para o próximo dia 08 o lançamento no novo disco "The Flying Club Cup" (foto) nos EUA, o qual ainda deve demorar aquele tempo de praxe para chegar ao Brasil - mas que já deve estar rolando pela internet a fora. Se alguém encontrar, dê a dica!

Friday, September 28, 2007


Anota aí


Esse é o trailer do filme "Into The Wild", dirigido por Sean Penn, que originou álbum de mesmo nome, o primeiro trabalho solo de Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam.

A trama é inspirada na vida real de um jovem que abandona a família, carreira e amigos para viver no Alasca, onde morreu de fome anos depois. Já muito elogiados, filme e CD só chegarão ao Brasil no próximo ano. E, mais uma vez, Sean Penn deve mostrar a que veio.


O mundo é rosa

Eis que as nossas representantes têm recuperado o fôlego e a merecida posição no cenário musical. Afinal, não há como discordar: neste ano elas têm se destacado muito mais que as figurinhas masculinas tão carimbadas e ditas incontestáveis dos últimos tempos.

Desde Ella Fitzgerald, Billie Holiday e Patsy Cline, as grandes musas da boa música têm surgido e permanecido solitárias e, em poucas ocasiões, acompanhadas de boas bandas. Patti Smith, Kate Pierson (B-52), Madonna, Kim Deal (Pixies), Shirley Manson (Garbage) e Kim Gordon (Sonic Youth) são as luluzinhas de maior destaque (para não dizer sobreviventes), que dão duro para ter o devido reconhecimento.

Já os rapazes que se cuidem. Os tão aguardados álbuns de Queens of The Stone Age, Nine Inch Nails, Velvet Revolver, Foo Fighters, entre outros, estão deixando a desejar, mesmo com a crítica se esforçando para elogiá-los. Com certeza, todos nós já os vimos melhores.

Enquanto isso, assumo meu lado feminista e aviso que a onda rosa avança. É só acessar a memória e as últimas notícias para ver que a banda da Juliette Lewis está bombando e excursionando pelo mundo todo; Amy Winehouse, apesar da bebedeira, canta muito e tem feito a felicidade da galera nos maiores festivais de música; a multitalentosa Madeleine Peyroux, que fez uma passagem incrível pelo Brasil já emplacou um disco de ouro nos Estados Unidos; Lily Allen, a nova queridinha que emplaca hit melosos, mas deliciosos; PJ Harvey acaba de lançar seu oitavo e muito aguardado disco. Isso sem falar na exótica e sempre inovadora Bjork, que logo mais vem visitar os fãs brasileiros. Ah, claro, não se pode deixar de mencionar o nosso produto brasileiro Cansei de Ser Sexy, praticamente só de meninas (o baterista é homem), que fez a cabeça dos ingleses e é chamada de 'cool' entre os mais 'hypados'. Corra, clube do bolinha, corra!

Wednesday, August 29, 2007

Merece

Morreu hoje, aos 75 anos, um dos caras que mais acreditou no rock em todo o mundo, que abrigando e lançando nomes como Iggy Pop, Ramones, Blondie, Patti Smith e Television.

Sr. Hilly Krystal foi o dono do CBGB, principal palco da cena punk-rock nova-iorquina, até pouco tempo atrás, que acabou fechando no ano passado por uma ordem de despejo judicial da prefeitura. O tiozinho rock'n roll chegou a anunciar que um novo CBGB seria inaugurado em Las Vegas, mas infelizmente não viveu o suficiente para ver reaberta a famosa casa. A Rolling Stone gringa aproveitou o momento para homenagear o empresário, publicando uma galeria de fotos bacanudas. Confira aqui.

Thursday, August 23, 2007


Para os ansiosos como eu





Já me preparando para ouvir o novo disco do R.E.M., o “R.E.M. Live”, que também será lançado em outubro, fui resgatar lá na minha prateleira um dos meus DVDs favoritos, que por coincidência é dessa banda que nasceu na Geórgia (EUA), em 1980.

“Perfect Square” foi gravado durante um show da turnê de 2003, na cidade de Wiesdaden, Alemanha, e mostra toda a maturidade e carisma da banda em uma performance inacreditável para um repertório inquestionável.

Apesar de não ser tão popular como U2 e Rolling Stones, o R.E.M. é digno de estar no primeiro degrau da escadaria do rock, pela competência (e eu diria até profissionalismo), com que se dedica à música e com que prestigia seus fãs.

Se em algum momento a qualidade de suas composições deixou a desejar e sua posição nas paradas mundiais de música caiu um pouco, tal impressão não passa em nenhum momento perto daquela praça, o que fica bem visível no DVD. Pelo contrário, em diversos momentos pode-se observar pessoas emocionadas, transcendendo aos acordes dos instrumentos e à onipresença do vocalista Michael Stipe.

Um desses momentos de arrepiar acontece durante o solo de piano do baixista Mike Mills para a canção “At MY Most Beautiful”. Imperdível. E ainda dá para agüentar mais um pouquinho até sair o novo álbum.

Wednesday, August 22, 2007

God Save The King


Não resisti a uma das melhores notícias dos últimos dias, o novo CD do Neil Young, para mim, um dos maiores cantores e compositores de todos os tempos. O músico anunciou nessa semana que seu novo disco já tem data de estréia e título: “Chrome Dreams II” será lançado no dia 16 de outubro.

Depois de lançar “Living With War”, “Live At Fillmore East” e “Living With War: The Beginning”, todos em 2006, o ídolo country-folk-punk-grunge gravou um disco que leva o nome de um antigo trabalho seu que nunca foi lançado.

Não se sabe as razões de “Chrome Dreams”, de 1977, ter sido descartado (muito me leva a crer que naquele ano o cantor sofreu algum dos duros golpes que o destino já lhe aplicou durante a vida), mesmo porque, várias músicas (boas) contidas nele foram parar em outros discos. .

Nos últimos anos, Neil Young tem levado adiante seu trabalho politicamente engajado, criticando sempre que pode o governo norte-americano. “Living With War”, inclusive, deu origem a um site dedicado a protestar o estado de guerra em que vive o mundo. .

Tal postura é bem característica em suas apresentações, espaço onde o cantor expõe toda a sua personalidade explosiva, que, somada às suas composições fortemente emocionais, resultam em espetáculos arrebatadores. E é por essa razão que os álbuns ao vivo são marcantes para a carreira do cantor.

Porém, sempre romântico, Young nunca deixou de lado as canções tocantes, que falam de corações repletos de amor e de almas solitárias a procura de alguém para completar.

Dica: “Harvest Moon” (1992), considerado um dos melhores do canadense. Não confunda com o "Harvest" (1972), muito bom também.

Wednesday, August 15, 2007

Música para nossos ouvidos, please!

Se você gosta de boa música e ouviu falar em Madeleine Peyroux, já deve (ou deveria) saber que a nova musa do jazz mundial estará no Brasil, no próximo mês.
Com três discos em sua carreira, a cantora americana tem encantado o público com sua voz forte e, ao mesmo tempo, suave e melodias que resgatam o estilo e o brilho de divas como Billie Holiday, Ella Fitzgerald e Pasty Cline.
Conhecida também por sumir da mídia após lançar novos trabalhos, para apresentar-se como artista de rua, Madeleine já interpretou grandes nomes da música, como Johnny Mercer, Charlie Chaplin, Serge Gainsbourg e Edith Piaf e, agora, promete não abandonar mais os seus fãs.
Mas é preciso correr para garantir o ingresso (entre R$ 100,00 a R$ 400,00), pois em São Paulo a cantora fará uma única apresentação. Caso não consiga vê-la por aqui, tente em Ouro Preto, Diamantina, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre ou Salvador. Bom show!
Embromation.com

Hey oh, let's go! O mundo não pára e é por isso que este blog anda tão desatualizado. Mas apesar de a vida andar muito corrida, de vez em quando, ainda sobra um tempinho para acompanhar bons filmes, peças de teatro e shows. Thanks God!
O último deles, que vi há poucos dias, foi do Jumbo Elektro, daqui de São Paulo. Esse nome é até um pouco comum, não cheira a novidade. Não é por menos, essa banda alternativa até a raíz, apesar de ainda não bombar nas rádios e ipods, já foi até a Espanha mostrar o seu barulho e é por isso que você pode ter ouvido falar deles antes.
Conhecidos por seu autêntico 'embromation', o som desses sete rapazes não pode ser minimizado e catalogado apenas como teatral e gozador, que inventa músicas doidinhas para agitar a galera. No caso desse Jumbo, quantidade significa qualidade.
Cada um deles contribui com seu talento e com as influências que recebem de variados estilos musicais, passando por ícones do rock, como Ramones, até o samba de Jorge Ben, pincelando com o que de bom fizeram os Mutantes, Caetano e Gil. Eles não chegam a cantar palavras que não existem, mas sim, letras engraçadas e que em poucas vezes fazem algum sentido - eles já chegaram a confessar durante uma apresentação que em cada show cantam uma letra diferente! -, para arranjos de guitarras e beats eletrônicos muito bem elaborados, que deixa muitos grupos brasileiros bem mais famosos no chinelo. Com certeza.
Durante suas apresentações é impossível não mexer nem ao menos o pézinho, tamanha vitalidade da banda e capacidade de inventar sons e frases hilárias. O vocalista, divertidamente apelidado Frito Sampler (ou Tatá Aeroplano), um cara franzino sempre com óculos enormes e pulos contínuos, também é o culpado por manter todo o público num ritmo dançante. E a empolgação, garanto, é recíproca.
A banda nasceu em São Paulo, mas já percorreu todo o país com seus shows e participações e festivais. Em 2006, o grupo apresentou-se em Barcelona, no Festival Brasil NoAr. O primeiro álbum lançado foi o "Freak to Meet You - The Very Best Of Jumbo Elektro", em 2004, e são deles os hits que fazem a galera dançar por quase duas horas: "Fresh Fruit for Rocking Vegetables", "Happy Mondays", "Bossa Japa Nova" e "Freak to Meet You".
"Rachel" promete ser o próximo sucesso dos caras, no novo álbum, que segundo o próprio Jumbo Elektro, já está caminho. No site da banda e no YouTube, estão disponíveis algumas músicas e clipes da turminha. Não sei se eles já têm fã-clube, mas já estão fazendo por merecer. A única coisa é que não se pode acreditar que vai conseguir decorar as letras para cantar depois. Mais fácil aumentar o som e pular.



Wednesday, July 25, 2007

Não recomendo

Não perca seu tempo indo até a Blockbuster mais próxima da sua casa e alugando o último lançamento do intelectualóide Gus Van Sant, "Últimos dias".
O diretor americano que errou em "Elephant", errou no remake de "Psicose" e até hoje só acertou em "Gênio Indomável" (cujos méritos são prioritariamente de Matt Damon e Ben Affleck), que diz ter se inspirado nos últimos de Kurt Cobain. Os próprios créditos ao final do filme afirmam que qualquer semelhança com a realidade não passa de mera coincidência, e a impressão que fica é essa mesma. Qualquer fã do grunge, como eu, acharia que o diretor minimizou a sensibilidade e os problemas que levaram o roqueiro ao suicídio. Eu diria até que o filme ofende não só o nosso doido, mas saudoso ídolo, bem como toda a banda.

Friday, June 22, 2007

Bonitinha e ordinária


Depois de surpreender os fãs nos cinemas com suas boas e precoces atuações, como em "Cabo do Medo" (que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante), no excelente "Assassinos por Natureza" ou ainda em "Um Drink no Inferno", Juliette Lewis faz novamente a felicidade daqueles que a acompanham desde os anos 90.
Chegou ao Brasil o segundo CD de sua banda Juliette and The Licks, "Four on the Floor", lançado no ano passado nos EUA. Cheio de riffs pesados, entrecortados pela voz rasgada e gritante de Juliette, o álbum também teve o aval do queridinho Dave Grohl, que assumiu as baquetas em todas as faixas.
O disco que sucede "You're Speaking my Language", de 2005, não deixa a desejar ao rock'n'roll, nem diminui o talento da musa rebelde do cinema. Tem pique do começo ao fim, acordes rápidos, boas marcações da bateria (por que será?) e uma pegada pop que dá um charme especial. Se bem que charme é exatamente o que não faltava para Juliette. Ordinária!
As primeiras faixas "Smash anda Grab", "Hot Kiss" e "Stick Honey", não por acaso as melhores, têm tudo para invadir as rádios, canais de música e, por que não, as pistas de dança? Embalo é o que não falta.
Ao longo do disco, as baladas vão dando lugar a composições não mais calmas, mas um pouco mais apuradas, que podem ser deliciosamente ouvidas a qualquer momento. Ouça a faixa "Get Up" e comprove você mesmo.
Ah! É ótimo ver uma mulher botando um monte de marmarjos para ralar... Ainda mais tratando-se de universo rock , completamente machista!
A cantora e atriz confessou humildemente à Rolling Stone brasileira número 7 ter começado tarde na música e que está em busca do tempo perdido, com novos discos e turnês por todo o mundo, que inclui, logo mais, uma passagem pelo Brasil. Já estou esperando.

Monday, May 28, 2007

Dá-lhe Velvet

O primeiro vídeo do segundo álbum do Velvet Revolver, "Libertad", previsto para julho, já está na net e você confere aqui através dos links: http://video.music.yahoo.com/up/music/music/?rn=1301797&vid=43898234 ou http://www.youtube.com/watch?v=YwJhQnt34m0 .
A música "She builds quick machines" traz devolta a pegada pesada de Matt Sorum, Duff McKagan e Slash, além da voz insistente de Scott Weiland. Really Sucks!!!
Dica do Whiplash!

Friday, May 25, 2007

O verdadeiro soco no estômago


O filme "Alpha Dog", de Nick Cassavets (sim, filho de John Cassavets), lançado na última semana no Brasil, só não poderia ser melhor porque é o retrato triste de uma história de estupidez humana.

O diretor, também conhecido pelo ótimo "Blow" (estrelado em 2001, pelo unânime Johnny Depp), reconstruiu o caso real do jovem traficante californiano Jesse James Hollywood, que, para cobrar uma dívida de um de seus muitos devedores em toda a L.A., resolveu inconseqüentemente, seqüestrar o irmão (Anton Yelchin) do mesmo, um judeu viciado e individado, de personalidade altamente impulsiva e violenta (Ben Foster). Problema pouco era bobagem.

Só que o ignorante playboy (Emile Hirsch), nas telas, filho do sempre intocável e indiscutível Bruce Willis, demorou a sentir o quão grande era o pepino que tinha pela frente. E, cercado de outros tantos tolos, levou à frente a situação, até as últimas conseqüências. O resto, só assistindo para acreditar.

E toda a trama desenvolve-se em torno da cagada, que tinha como palco uma sociedade de jovens idiotas, na mesma proporção em que eram bonitos, sarados e milionários, e suas intermináveis festas. Aliás, cada um dos personagens foi favorecido pela boa escolha do casting. Desde Willis, como o pai criminoso, porém descolado, e Sharon Stone, na pele da mãe histérica e controladora, até cada uma das testemunhas do crime (ao final do filme você há de me dar a razão).

Mas um dos tantos elogios para o filme devo aqui dirigir ao ex-BBoy e agora muito mais 'na moda', o sexback Justin Timberlake, que encarou muito bem o papel de amigo mais consciente da turma de playboys do mal, numa atuação excelente, em que viveu a decisão de libertar o garoto (pelo qual criou grande afeição durante o cativeiro) antes que a massa engrossasse, ou livrar-se do pobre coitado para terminar de vez com o empasse.

E à medida que o seqüestro durava, mais ferrados eles percebiam que estavam e que ainda mais difícil seria sair daquela enrascada sem sofrer os justos julgamentos. E à medida que o filme chegava ao fim, menos você consegue entender a cabeça dos homens...mas isto é papo para uma outra discussão. O importante é reforçar o talento deste diretor, que nunca precisou e talvez nunca precise viver à sombra do pai. Sua vocação para extrair a alma de qualquer pessoa que seja e colocá-la em evidência, com respeito e parcialidade é indiscutível.

Outro detalhe interessante da película, que, porém não agradou a crítica, foi como ele insistiu em reconstruir o fato com o máximo de informações verídicas, mesmo depois de ter sido proibido de expor em sua obra toda tudo o que conseguiu levantar com a família e demais envolvidos no caso, para que seu filme não interferisse no julgamento do principal acusado, há pouco tempo levado aos tribunais. O melhor exemplo foi uma versão da nossa ªGarota de Ipanemaº colocada no exato momento em que uma legenda contava como e onde Jesse James Hollywood foi preso. Na vida real, o criminoso, na época um dos mais procurados no mundo pelo FBI, foi encontrado em Saquarema, Rio de Janeiro. Sim, ele foi pego no Brasil, enquanto o filme diz que ele estava escondido em Assunção, no Paraguai.

Brutal, no entanto, verdadeiro, como todos os trabalhos do diretor. Se você tem estômago forte, os únicos efeitos ficaram na sua cabeça, por alguns dias.


Tuesday, May 22, 2007




Inveja não mata (mas por favor, não fique tentando)


Se inveja realmente matasse, como diz esta advertência em forma de dito popular, eu teria me tornado pó minutos depois de atravessar os portões da FAAP para ver a exposição de fotos 'Rockers', do americano Bob Gruen.

Com curadoria do nosso querido Supla, o autêntico roqueiro brasileiro que não desiste nunca, a exposição amplamente divulgada pela imprensa, ficará no Brasil até o dia 1o de julho, para exibir parte do trabalho deste fotógrafo que dedica a sua vida a acompanhar as bandas e compartilhar o estilo rockstar de ser.

É claro que a face do rock que se refere a tietagem das groupies, extravagâncias e exigências em hotéis e o glamour de ser uma celebridade amada em todo o mundo não é exatamente o que Gruen tem vivido todos estes anos, porém, ele teve, como poucos, o privilégio de conhecer de perto o mundo do rock, ver surgir e se acabar alguns dos mais importantes nomes do gênero e, principalmente, tornar-se amigo íntimo de alguns deles. No acaso de John Lenon, por exemplo, Bob Gruen foi vizinho e, depois, o fotógrafo particular da família.

Mas o que todos os repórteres e críticos de música que anunciaram a mostra esqueceram-se de dizer foi que a exposição, muito bem distíbuída por todo o Salão Cultural da faculdade, traz mais que imagens inéditas e outras já muito famosas.

Dividida em cinco ambientes, cada qual com sua trilha sonora adequadamente escolhida - do Stones, passando por Stooges, The Who, Beatles, até Ramones e The Clash -, a exposição emociona pelas únicas e belas cenas, minuciosamente registradas por Bob, e pelas revelações que faz sobre si, as bandas que acompanhou e suas histórias. Em quem gosta de música e ama rock, como eu, é de causar arrepios. Visite a exposição e veja o livro.


Rockers - Bob Gruen - FAAP - Salão Cultural (r. Alagoas, 903, Higienópolis, São Paulo, tel. 11-3662-7200) Até 1º de julho, de 3ª a 6ª, das 10h às 20h, e sáb., dom. e feriados, das 10h às 17h. Entrada franca.


Wednesday, May 09, 2007

Cadê a guitarra?

Engraçadíssimo este vídeo em que a Didi Wagner vive o seu dia de Air Guitar, no programa Lugar In Comum, do Multishow!
Vale conferir e tentar em casa (numa praça em NY, só se você for famoso e ganhar muito dinheiro apresentando um programa de TV).

http://www.youtube.com/watch?v=246pMH8i6ms

Saturday, April 28, 2007


O Rock’n’roll está de volta.

Esta é a frase que todo crítico de música adora revelar e a faz pelo menos uma vez na vida (mais que isso talvez cause uma sensação de incoerência em quem lê).

Se o verdadeiro rock morreu ou não, ou tenta sobreviver, é uma discussão bem mais filosófica, quase tão polêmica quanto o aborto, a maioridade penal e o milésimo gol do Romário. Por isso, uso a frase-título apenas para homenagear o retorno dos Stooges, em seu novo álbum, após mais de 30 anos longe dos estúdios.

“The Weirdness” reuniu novamente Iggy Pop e os irmãos Scott e Ron Asheton, que produziram excelentes músicas, à altura de todo o grande trabalho desta banda histórica.

É claro que a petulância e a agressividade da banda que, ao lado de Velvet Underground e Andy Wahrol fundou o movimento punk em Nova York, estão presentes em doses bem menores. No entanto, os jovens e os artistas dos dias de hoje já não são tão engajados e corajosos como no final da década de 60 e início de 70. O momento era outro e, portanto, seria injusto esperar e tentar comparar o novo trabalho dos Stooges com os clássicos “The Stooges”, “Fun House” e “Raw Power”.

Aliás, squem teve a oportunidade de conferir a banda em 2005, em sua apresentação no Festival Claro Que É Rock (foto acima), pôde viver uma pequena fração do que foi o autêntico punk.

Mas o importante é deixar claro que “The Weirdness” pode ser deliciosamente curtido em suas 12 faixas, pois tem pique do começo ao fim. Pesado e divertido, como sempre, os patetas conseguiram se reinventar para esta versão século XXI, sem deixar aquela sensação de mais-do-mesmo-caça-níquel-para-a-terceira-idade.

O rock’n’roll ainda vigoroso e estúpido, feito com competência pelos Asheton e pela voz inconfundível e impregnante de Pop, ganhou glamour com a participação do saxofonista Steve Mackay,antigo amigo da banda, em algumas das faixas.

“My idea of fun” é o hit do momento e “Mexican Guy” é a dica da última Rolling Stone brasileira. “Free & Freaky” é minha faixa preferida. “You can’t have friends” poderia estar em qualquer outro disco da banda e “The weirdness” mostra que a imbecilidade de Iggy Pop ainda deve ser respeitada. “I’m fried” encerra o disco gloriosamente e é impossível não ficar satisfeito com tudo o que ouvimos. Dá vontade de apertar o repeat, como há meses não fazia.

Como os bons discos de punk-rock, “The Weirdness” é curto, grosso e ainda nos consegue fazer acreditar nas autênticas jaquetas de couro e calças rasgadas.

Wednesday, March 28, 2007

Minha vida virou filme

A onda de biografias de gente famosa, importante (e até desprezada em outros tempos) da música mundial não pára de crescer. Depois de conferirmos as histórias de Ray Charles e Johnny Cash nas telas grandes nos últimos tempos, já foram anunciados filmes sobre a banda The Who, sobre Ian Curtis e seu Joy Division, sobre James Brown e até sobre o Nirvana, que serão representados por grandes estrelas de Hollywood.
E, agora, tem circulado a informação de que Jack White, alma e música do White Stripes e do Racounters e o queridinho da crítica, viverá nada mais nada menos que Elvis Presley na paródia musical Walk Hard, previsto para ser lançado em 2008.
O filme contará as peripécias de um roqueiro (fictício) que conhecerá grandes artistas durante sua carreira, entre eles, o Rei do rock. Alguém aí tem na ponta da língua o próximo palpite?

Thursday, March 22, 2007


Prêt-à-Porter o quê?

Nestes dias, diante de algumas vitrines de shopping abarrotadas de casacos, cachecóis, veludos e outros ícones do mais rigoroso inverno (que também nunca passou pelo Brasil), fiquei me perguntando: alguém ainda acha que ‘veremos’ o frio neste ano?

Para os felizardos que terão férias ou passarão uma temporada no hemisfério norte, até faz bastante sentido esbarrar em roupas quentinhas, botas enormes e couro. Já eu, vou ficar de olho em quem estiver lançando a nova coleção primavera-verão-ultra-mega-quente, com tecidos fininhos, geladinhos e muito coloridos. Aliás, com essa confusão climática, será que vamos usar branco em julho e marrom ou cinza em dezembro?

E depois de tanto ouvir, ler e falar sobre o assunto que não sai da pauta de todos os principais noticiários do mundo, de todas as discussões das marcas sobre responsabilidade sócio-ambiental e de sentir na pele o calor insuportável que nos tira da cama todos os dias, é impossível negar o aquecimento global.

Para quem não entende absolutamente nada sobre os efeitos do gás carbônico, o derretimento das calotas polares, energia termoelétrica, biocombustível e até gostaria de contribuir positivamente de alguma forma, vale a pena conferir o documentário “Uma Verdade Inconveniente” (já disponível em algumas locadoras), onde são apresentados os estudos climáticos de Al Gore, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, no governo Bill Clinton e ex-futuro presidente, que venceu dois Oscar® neste ano.

Al Gore mostra de forma muito didática o processo de aquecimento global, comparando informações de séculos e décadas sobre a ação do homem na Terra, quais tem sido as mais recentes conseqüências e as catastróficas previsões caso nada seja feito por todos nós a partir de agora.

O documentário nada mais é que a tese que orientou toda a vida política de Al Gore, já revelada aos mais diferentes públicos em todo os cantos do mundo e levada à discussão por ele mesmo ao congresso americano. E, apesar, das excelentes argumentações e teorias muito bem embasadas, perde pelo excesso de interesses políticos por trás da mensagem preocupada.

Por diversas vezes é exaltada a imagem de bom moço do político, como no trecho em que é lembrada a sua infância sempre muito próxima à natureza. E mesmo citando os principais problemas já sentidos em diferentes partes do mundo, em nenhum momento é lembrada a Amazônia, a maior floresta tropical existente até hoje, e nem mesmo a América do Sul. O Brasil é rapidamente citado apenas quando ele aponta alguns lugares atingidos por furacões. Vi aí uma grande falha. Mesmo porque o nosso país é um dos poucos que utiliza a energia hidrelétrica – que polui muitas vezes menos que a utilizada pelos norte-americanos – e porque somos um dos líderes em produção e pesquisas sobre o biocombustível, que já começa a chamar a atenção deles.

Enfim, é um filme de americanos para americanos que, como sempre, pensam unicamente em si e sentem-se o centro do universo. Mas se você fizer como eu e ignorá-los, pode ser uma boa maneira de entender o que acontece quando se toma banho, cozinha, anda de carro, não recicla lixo e etc...

Wednesday, March 14, 2007

Melhor assim

O Chris Cornell, ex-Soundgarden e recém-ex-Audioslave, é ducaralho! Ele merece uma nova banda. Ou melhor, ele merece tocar sozinho mesmo! Ouça "Euphoria Morning", seu primeiro álbum solo (1999).
Eu Também Cansei de Ser Sexy

Não que eu precise concordar com o que dizem todos os críticos, revistas e sites de música (inclusive internacionais) sobre a banda brasileira que está sacudindo os gringos mundo a fora, mas é impossível ficar indiferente a tantos elogios e matérias sobre o assunto. Dizem que toda unanimidade é burra, mas nesse caso, eu duvidei.

Jornais difíceis de agradar, como Folha de São Paulo e O Estado de S. Paulo, sempre que podem, publicam matérias relacionando a banda com os temas música eletrônica, novo fôlego do rock, moda e comportamento e até a Rolling Stone brasileira deu destaque ao Cansei de Ser Sexy em duas ou três de suas edições. Isso sem contar as reconhecidas publicações NME, The New York Times e Observer, que, literalmente, estão ‘pagando um pau’ para os nossos conterrâneos. Bom para nós também.

Para entender melhor o que é e propõe a banda, fui pesquisar. Descobri que, com a cara, coragem e alguns trocados no bolso, o CSS nasceu em 2003, quando os integrantes se uniram e produziram um som novo e totalmente independente. A princípio, as músicas ficavam restritas somente à Internet, o que por outro lado já demonstrava o sangue inovador que corria nas veias do grupo.

A banda, cujo nome foi inspirado numa declaração da musa (eca) pop Beyoncé, que no passado afirmou estar cansada de ser vista como símbolo sexual, é formada por um quinteto feminino e um solitário-santo-homem, responsável pelas pegadas na bateria, enquanto as moçoilas dividem-se nos vocais, teclado, guitarras e baixo.

Hoje, com o verdadeiro primeiro disco produzido pela TramaVirtual e que será relançado pelo atual selo da banda, o Sub Pop - que conduziu importantes bandas do grunge, como o Nirvana -, o grupo praticamente não pára no Brasil, passando a maior parte do ano em turnês pelos Estados Unidos, Europa, Ásia e Oceania, onde são muitíssimo requisitados. Uma das próximas (e mais importantes) paradas do grupo será no Coachella Festival, que todo ano agita o deserto da Califórnia e neste ano será nos dias 27 e 29 de abril. Como de praxe, grandes nomes também estarão presentes, como Björk, Interpol, Jesus and Mary Chain, Red Hot Chili Peppers, Arcade Fire, Tiesto, Sonic Youth, Rage Against the Machine, entre outros. Estão ainda na agenda da banda, outros megafestivais internacionais, como o Glastonbury, Lollapalooza e o Reading Festival.

Combinando composições moderninhas, letras irreverentes, caras e bocas da vocalista Luísa Lovefoxxx, o sexteto agrada pela simpatia, leveza e ritmo que imprimem, principalmente, no palco. Os arranjos não possuem nenhum requinte musical e sua qualidade é um tanto discutível. Mas o que encanta e impregna os ouvidos é o ar despretensioso, de quem não quer se levar muito a sério e que pouco se importa com quem não engole a banda. Com uma mistura de indie, rock de garagem, punk, bases eletrônicas e um punhado de bobagens, a banda consegue produzir um som que se difere principalmente pela atitude.

O hit atual é “Let’s make love and listen to death from above”, mas podem ser listados também “Alala”, “I wanna be your J.Lo” (sim, em homenagem à ídola da banda), “Meeting Paris Hilton”, “Out of Hook” e "Ódio, Ódio, Ódio, Sorry C.".

Segundo o site de notícias G1, Tony Kiewell, um dos responsáveis pelo setor artístico da Sub Pop, diz que a gravadora norte-americana está mais do que satisfeita com a repercussão do disco do Cansei de Ser Sexy, que só gravará um novo depois de encerrar a turnê atual. Lúcio Ribeiro, em seu iGPop, afirma que a banda já vendeu 50 mil cópias do CSS (o 1º álbum) nos Estados Unidos e na Europa.

Depois de levantar todas estas informações, foi possível entender porque a banda é tão queridinha dos críticos, dos descolados e também de gente que realmente entende de música. Só não é fácil compreender porque a banda, que nasceu no cenário ‘cool’ e ‘cult’ paulistano não emplaca em seu próprio país.

Porém, tudo leva a crer que o problema não está apenas no gosto dos fãs brasileiros e, sim, no descaso cultural e nos interesses pessoais dos maiores produtores musicais que dominam o nosso mercado hoje. Com certeza, para eles, é menos trabalhoso e mais rentável descobrir e lançar verdadeiras ‘coisas’ como NXZero, Pitty e Armandinho, que hoje monopolizam as principais rádios e a MTV. Ruim para nós também.
Conclusão final: não podemos tirar o mérito do CSS, que tem a seu favor o carisma e a força de vontade, que já bateu os 5 minutos de fama. No entanto, acho eles ainda precisam ir muito além do primeiro álbum para firmar-se como uma verdadeira e respeitada banda.

Thursday, March 01, 2007

Please, Beck, come back!

Já está mais que na hora dos grandes produtores de shows e festivais brasileiros se movimentarem para trazer o alternativo Beck de volta aos palcos brasileiros. Sua única apresentação aqui aconteceu em janeiro de 2001, na última edição do ‘original’ Rock in Rio.

Motivos não faltam e fica até difícil não ser repetitivo ao falar do trabalho deste ótimo cantor e compositor californiano, que, como todos sabem, se dedica a descobrir sempre novas linguagens e roupagens para a música. Beck está constantemente se reinventando e surpreendendo os fãs (em todo o mundo) com seu estilo mais que moderno, sons inovadores e repletos de referências (inclusive brasileiras), nunca deixando que a força comercial o intimidasse, mesmo quando a crítica desgraçava algum de seus álbuns. Aliás, tal irreverência é o que permitiu a ele tantas experimentações de sucesso.

Seu mais recente disco, “The Information”, lançado no final do ano passado, dividiu as opiniões daqueles que esperavam uma espécie de continuação de “Guero”, seu aclamado antecessor. No ponto de vista de quem aprovou o novo disco, assim como eu (a Rolling Stone americana o elegeu como o 24º melhor álbum de 2006), grande parte das faixas segue a linha de trabalhos mais antigos, como “Midnite Vultures” e “Odelay” (meu preferido), com músicas dançantes e irresistivelmente esquisitas, além daquela voz suave e preguiçosa que deixa os refrões martelando na cabeça por dias a fio, como “Think I’m in Love”, “Cellphone’s Dead” ou “Nausea”. Já algumas delas deixam quem está ouvindo ficar meio perdido (a pior tem mais de 10 minutos), mas não chega a desagradar.

Em entrevista à Wired de outubro, edição da qual também foi capa, Beck falou um pouco de como a tecnologia digital ainda irá revolucionar o mercado fonográfico e o que ele tem feito neste sentido. Bom lançador de tendências que é, ele já tem utilizado as ferramentas disponíveis para manter uma maior interatividade com seus fãs, como, por exemplo, lançando uma versão alternativa de “The Information” no YouTube contendo 15 videoclipes de baixo custo, feito por cineastas como Michael Gondry (“Natureza Quase Humana” e “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança”) e até por sua própria família (!!!).

O cantor revelou também que gostaria de encontrar maneiras para que o público interagisse ainda mais com seu trabalho, remixando suas canções e até jogando-as como um videogame (!!!). Para quem não sabe, a capa de “The Information” é toda branca para que se possa criar o que quiser.

Ajoelhar serve como argumento? Acho que tem gente bobeando por aqui. Enquanto os japoneses, sortudos e muitas milhas à nossa frente, preparam-se para receber a turnê do ídolo em abril, nós aqui aguardamos ansiosamente (quem?) a incrível apresentação de Roger Waters e seu (imperdível?) “The Dark Side Of The Moon”.

Tuesday, February 27, 2007

10 razões para não assistir ao show do Coldplay

A pulguinha que mora na minha orelha está meio irritada hoje e resolveu descontar no Chris Martin e em sua turma. Pedi a ela que justificasse a sua fúria com alguns bons (e divertidos) argumentos:

1 – O Via Funchal vai estar lotado de pessoas histéricas. Os (caríssimos) ingressos esgotaram-se em dois dias de bilheteria.
2 – Eles determinaram que a turnê pela América Latina fosse um laboratório para novas canções (o que já não aconteceu na apresentação feita em Santiago, por exemplo).
3 – A música deles é triste demais e vai te deixar meio ‘apagadão’ durante toda a semana.
4 –Se você for depressivo, vai correr para se jogar da primeira cobertura de prédio que encontrar.
5 – Eles são talentosos, mas já ficaram tão convencidos disso depois do sucesso de vendas de “A Rush Of Blood To The Head” que não se deram o trabalho de tentar fazer um álbum melhor para seus milhares fãs recém-nascidos X&Y deixou a desejar).
6 – Agora, além de produzirem músicas melancólicas, ficam propagando por aí que são os roqueiros do bem (não comem carne, não brigam e não falam palavrão!!), sendo que ainda vão ter que ganhar muitos calos nos dedos para chegarem perto do U2, a única banda que pode gabar-se deste título sem ser vaiada.
7 – Eles estão mais perto do emo, que do rock.
8 – O Chris Martin é casado com a Gwyneth Paltrow, o Oscar mais vergonhoso de todos os tempos (‘Shakespeare Apaixonado’, em 1997). E o pior, eles têm uma filha chamada Apple (!!!).
9 – A banda pediu que as casas de shows fossem organizadas de forma teatral, ou seja, todos terão que assistir ao show sentados (ou se debatendo contra as cadeiras) e, conseqüentemente, foram colocados à venda uma quantidade muito menor de ingressos.
10 – Eles são muito, muito chatos!

Friday, February 23, 2007


À procura da batida perfeita II

Depois de já degustada toda a ressaca que se arrastou até esta última sexta-feira, falemos novamente (e sobriamente) sobre o Carnaval.

Como tudo o que acontece em nosso país, a festa mais esperada do ano é resultante das diferentes expressões culturais deste povo brasileiro miscigenado até a raiz. Samba, axé e frevo (e agora também o eletrônico, a bossa e até o samba-rock) são os ritmos que fazem multidões pularem horas contínuas sob calor intenso, chuva forte, com glamour ou na falta dele, seja qual for a cidade ou local.

É esta procura pela alegria, que beira o intocável ou indiscutível, a dedicação que move comunidades pobres e a excitação de blocos humanos que correm atrás de trios elétricos que me fizeram resgatar a vontade de participar novamente de uma festa de Carnaval. Queria lembrar o que até mesmo eu sentia e queria quando passava quatro ou cinco noites ininterruptas a pular num salão (não faz tanto tempo assim, mas a disposição, logicamente, não é a mesma).

Deixando de lado as razões óbvias - feriado, cerveja e sacanagem - que fazem com que muitos saiam às ruas em busca de qualquer tipo de folia, vejamos apenas a poesia presente no Carnaval.

No Rio de Janeiro, por exemplo, longe das clássicas escolas de samba e das majestosas alegorias da Marquês de Sapucaí, há os antigos (e também os novos) blocos de rua, como o famoso “Bola Preta”, cuja história se confunde com a da própria cidade, o “Boitatá”, muito conhecido pelas divertidas fantasias, a colorida “Banda de Ipanema”, o “Simpatia é Quase Amor”, o criativo “Imprensa que eu Gamo”, liderado por jornalistas, o descolado “Bangalafumenga”, entre muitos outros que saem uma ou até duas vezes para desfilar durante o feriado.

Tocando marchinhas antigas (os meus preferidos), as tradicionais canções de escolas de samba que já se tornaram domínio público, e o enredo próprio, todos contagiam pela alegria, dignidade e simplicidade com que fazem uma festa de grandes proporções, onde não se vê confusões ou arrastões. Os ‘tiozinhos-fera’, que comandam os blocos com seus chapéus de palha e pandeiros, são respeitáveis e recebem, democraticamente, um pouco de tudo: ricos, pobres, crianças, jovens, velhinhos, casais, casados, solteiros, gente feia, bonita, descolados, passistas e até mesmo gente que não sabe o que fazer com os pés.

De Santa Tereza ao Leblon, o Rio de Janeiro transforma-se num grande salão de baile que convida a pular a qualquer hora do dia. E, acredite, os melhores blocos saíam às 8h da manhã – uma boa estratégia de buzz marketing, primeiro, porque gera comentários e, segundo, porque aumenta as expectativas, uma vez que os responsáveis pelos blocos justificam as mudanças repentinas de horários como medida para diminuir o já elevado número de foliões.

E por todos os dias é este o espírito que toma conta da cidade, seus habitantes e turistas, que andam pelas ruas, cheios de adereços ou fantasiados, à procura da batida perfeita para o ritmo de seus corações. É possível ver muita gente serrar os olhos em lágrimas só de ver tanta empolgação (inclusive eu!).

O tal espírito do Carnaval, de fato, ameniza por poucos dias a violência e a desigualdade social (não extermina, é claro, pois uma colega que estava por perto teve seu celular furtado em meio a multidão), que castigam uma cidade maravilhosa e de encantos mil como o Rio. Há que se pensar para os próximos anos que o número de turistas e foliões só deverá crescer e que, simplesmente aumentar o policiamento não será o bastante. Caso contrário, quem perderá com isso será não somente o povo fluminense, como também o Brasil, que recebe anualmente na época, milhares de gringos.

Com certeza, acabem com tudo. Só não nos tire o tão esperado Carnaval.

“Quem não chora, não mama,
segura meu bem a chupeta.
Lugar quente é na cama,
Ou então, no Bola Preta!”

Friday, February 16, 2007

À procura da batida perfeita I

Comecei bem o meu Carnaval. Tá certo que estou meio enferrujada neste assunto porque, confesso, nos últimos anos bateu uma certa preguiça de me mexer no sentido de procurar algum tipo de folia que não fosse ficar tranqüila num canto, tomando uma cerveja gelada em boas companhias, curtindo tudo, menos Ivete, Mangueira e cia.

Mas para 2007, já havia prometido a mim mesma experimentar um pouco de coisa nova, na certeza de que reciclar faz bem e que poderia desistir ao sentir que não havia feito uma boa escolha.

A primeira parada foi na saída do bloco paulistano da Vila Madalena Cordão Carnavalesco Confraria do Pasmado (CCCP), que pelo segundo ano desfilou pelas ruas do bairro. Já tinha assistido a uma apresentação do grupo no ano passado e seu repertório ‘samba-de-bom-gosto-no-pé’ me agradou bastante.

Talentosos e irreverentes, os jovens músicos destilam em seu público (em sua maioria, formado por família e amigos dos integrantes) muita simpatia e doses generosas do mais fino e original samba de roda, além das composições próprias, como o seu ótimo samba-enredo: “Confraria e Plutão de Volta aos Tempos de Cordão”. Hilário, o samba canta a sua admiração por Plutão, rebaixado oficialmente em 2006 à planeta anão.

Para quem não viu este cordão passar, segue abaixo o samba-enredo mais cômico de todos os tempos e prepara-se para o ano que vem!
Que venha agora o Carnaval!

Confraria e Plutão de Volta aos Tempos de Cordão

Plutão, aaii Plutão
Caiu pra segunda divisão
Você não é mais planeta
Mas mora no nosso coração
(2x)

U s-i-s-t-e-m- a

O sistema solar
Sempre foi elitista
Você foi riscado da lista
Mas não do coração desse sambista

A Via Láctea virou a passarela
Pra Confraria desfilar ao lado dela
(2x)

Plutão nunca foi estrela
Mas apagar seu brilho é exagero
Pra essa gente que se vira o ano inteiro
Mas apagar seu brilho é exagero
Pra essa gente que se vira o ano inteiro
Dedicamos nosso samba em fevereiro

Vem morena que orbito com carinho e devoção
Se debruce nessa orgia de planeta
Essa gente que habita aqui na Vila Madalena
Eu convido pra sambar nesse Cordão

Thursday, February 15, 2007

Perdi alguma coisa?

Há alguns meses esperava por assistir o filme “Scanner Darkly”, de Richard Linklater
(traduzido como “Homem Duplo” no Brasil) - produzido por Steven Sodenberg e George Clooney, estrelado por Keanu Reeves, Robert Downey Jr, Woody Harrelson e Winona Ryder - que se mostrava muito interessante pela linguagem visual inovadora e pelo assunto abordado.

Vindo de quem viria, a minha expectativa era, no mínimo, sair satisfeita do cinema, apenas confirmando o que eu já sabia: bons atores e bons produtores. No entanto, acho que perdi alguma coisa e ainda estou tentando descobrir o que faltou (ou o que eu não encontrei) na película.

Na trama, Keanu Reves é um agente secreto designado para infiltrar-se no submundo do tráfico de uma droga específica e muito poderosa, que acaba tornando-se um usuário e é obrigado a investigar a si próprio, o que provoca nele uma crise de identidade e de valores. Já Downey Jr. - o ator que um dia foi fantástico - faz o triste papel de si próprio, um drogado totalmente afetado que não diz nada que faça algum sentido e que quer ferrar (também não é possível entender o porquê) com a vida de Reeves. Com um humor negro pouco engraçado, o filme consegue mostrar o uso de drogas no mundo moderno e suas conseqüências bizarras.

Baseado numa conspiração sobre a comercialização desta droga altamente viciante - que teoricamente tem sendo duramente combatida pelo governo, o mesmo que supostamente a produz -, apesar do tom de protesto, o enredo mantem-se superficial durante sua a hora e meia de exposição. Mesmo com a iniciativa de criticar e expor seu posicionamento, deixa a desejar por causa do roteiro fraco, comprometido pelos diálogos longos, chatos e desnecessários.

A parte interessante do filme ficou por conta do visual gráfico, desenvolvido através de uma tecnologia chamada rotoscopia interpolada (da qual eu não domino nem o nome!!) que produz um tipo de animação avançada, que dá mais realidade à história.

Há outras opções melhores nos cinemas da cidade.

Thursday, February 08, 2007

Placebo: menos poderá ser mais.

Placebo é indiscutivelmente uma grande banda de rock (vide a admiração que despertou em mitos da música, como David Bowie), que neste ano, para nossa sorte, já tem data certa para retornar aos palcos brasileiros.

Na primeira vez em que estiveram no Brasil, em 2005, a banda teve que cumprir um calendário exigente e apertado para se apresentar durante as etapas classificatórias do festival Claro que É Rock (que depois também nos trouxe Iggy Pop, Mike Patton, Sonic Youth, Flamming Lips e Nine Inch Nails). Apenas no Brasil foram oito shows, dos catorze que a banda fez em toda a América Latina.

Tal compromisso e o repertório sem novidades – a turnê latina foi parte da divulgação da coletânea de singles “Once More with Feeling” – imprimiram às apresentações um tom burocrático e frio. Assim como eu, muitos fãs ficaram decepcionados, apesar da qualidade do som, da seqüência de hits famosos tranqüilamente despejados ao público empolgado (exibindo suas unhas pintadas e olhos delineados iguais aos integrantes da banda).

O que não deu certo? Acredito que os músicos estavam pouco à vontade e talvez nem esperassem a recepção (sempre) tão calorosa dos brasileiros. Segundo as críticas, os shows fora de São Paulo foram bem melhores.

Apesar de sempre negar o título de ícone glam rock - gênero inventado pelo próprio Bowie e seu alter-ego Ziggy Stardust, que destacou-se mais pelo visual dos músicos do que pela roupagem das composições -, o Placebo é formado pela bela voz de Brian Molko (que também empenha a guitarra), Stefan Olsdal (baixo) e Steve Hewitt (bateria). Um inglês, um americano e um sueco, respectivamente, fazem juntos um som melancólico, porém, explosivo, com letras densas e ousadas, que traduzem angustia e até um certo desespero.

Agora a expectativa é (e eu pagarei para ver) que, com um número bem menor de apresentações – 25/03 no Rio de Janeiro e 27/03 em São Paulo - e já familiarizado com o Brasil, a banda anglo-européia, que tem onze anos de carreira, sinta-se mais feliz em cima dos nossos palcos e nos mostre ao vivo aquilo que só conhecemos dos DVDs.

Tuesday, February 06, 2007

Um banquinho e um violão. Não é Tom e Vinícuis, mas é bom também.

Seguindo a minha teoria punk de que não precisamos gostar do que todas as outras pessoas estão curtindo (nem no mesmo momento em que isso está acontecendo), nesta semana tem embalado deliciosamente os meus atribulados dias um som muito agradável: Kings Of Convenience.

Sim, você vai dizer que eu estou superatrasada e que eles já vieram ao Brasil há pouco tempo, para o Tim Festival. Mas realmente eu não pretendia dar um furo de reportagem. Resgatar estilos, bandas e artistas e apreciá-los no adequado momento faz parte da minha relação com a música.

O fato é que Kings Of Convenience é a última tendência no meu mp3 player nas últimas semanas - graças à colega Gabi, que me emprestou o álbum “Riot On An Empty Street”, o quarto e último álbum lançado (2004). Com ares de bossa nova, esta dupla norueguesa produz suaves canções folk, à base de violão, às vezes acompanhado por um piano. Em todas as melodias eles cantam juntos, lembrando muito os americanos Simon & Garfunkel, dueto que ficou conhecido principalmente por "Mrs. Robinson"
, com quem são constantemente comparados pela imprensa especializada.

Na verdade, o que quase todas as bandas tentam fazer quando lançam seus discos e shows acústicos, é feito por Erlend Øye e Eirik Glambek Bøe integralmente, com muita propriedade e autenticidade. Eu diria ainda que quase despretensiosamente (quase, porque ninguém faz música sem intenção alguma).

O apanhado de músicas, cuja seqüência parece ter sido escolhida propositalmente para dar a sensação de que se está ouvindo uma mesma e longa faixa, proporciona um grande alívio aos ouvidos, em meio à ‘explosão de modernidade’ em que vivemos. É claro que do ponto de vista crítico, esta característica torna-se negativa, indicando pouca versatilidade e diminuindo as possibilidades para a banda.

Toda a graça e delicadeza das faixas “Misread”, “I’d rather dance with you” e “Gold in the air of Summer” ainda está distante da magia e inspiração que eternizaram as belas canções elaboradas pela parceria entre Tom Jobim e Vinícuis de Moraes, que evoquei no início deste texto. No entanto, há nesta dupla nórdica tanto talento e sofisticação, sutilmente percebidas pelas informações eletrônicas, do jazz e de movimentos independentes, que os torna capazes de criar muito com pouco, despertando uma fiel legião de fãs. A melhor definição que eu arriscaria dizer é “leve, mas não vazio”.

Se você já ouviu e gostou, deve saber do que eu estou falando. Se nunca teve a oportunidade, garanto que o esforço para tentar ouvir algum trabalho deles será recompensado. Os outros álbuns que também vale a pena conferir são: “The Kings of Convenience” (2000), “Quiet Is the New Loud” (2001) e “Versus” (2001).

Tuesday, January 23, 2007

Estou lendo...

Uma Longa Queda, Nick Hornby, 2005

Sempre lembrado por ter escrito os romances “Alta Fidelidade” e “Um Grande Garoto” e inspirado os filmes de mesmo nome, estrelados por John Cusack e Hugh Grant, respectivamente, Nick Hornby conquistou definitivamente seu lugar na minha prateleira preferida.

O escritor inglês, ora muitíssimo respeitado pelas questões que levanta, ora importunado pela crítica que o vê como um autor de auto-ajuda, é conhecido por escrever sobre o comportamento masculino, no tocante às paixões esportivas, à convivência entre pais e filhos, à carreira e à vida amorosa. Seus personagens sofrem sempre algum tipo de conflito, que acaba por levar aos leitores uma mensagem positiva, mostrando como é possível conviver com seus problemas.

Aqui, o universo masculino deixa de ser o centro das atenções para dar lugar a discussões de todos os tipos, sexos e idades. A história é contada simultaneamente pelos quatro protagonistas da situação que os uniu no início da narrativa: todos estavam prestes a suicidar-se, no alto de um prédio em Londres. Todos pareciam ter razões suficientes para tirar a própria vida e, a princípio, é o que vai acontecer no decorrer do livro. Ou não.

Cheio de surpresas, desde as suas primeiras páginas, o livro traz o que Hornby sabe fazer melhor, na minha opinião: retratar a verdade sobre a natureza humana, sob perspectivas melancólicas, porém divertidas. Não são personagens profundos, à luz de olhares filosóficos - e tão pouco sentimos falta disso. São pessoas comuns (tudo bem, talvez um pouco perturbadas psicologicamente) contando sobre si e analisando os demais, de acordo com sua consciência, seu meio ambiente e suas crenças.

Estou torcendo para que as últimas páginas fiquem ainda melhores. Mas já valeu pelos diálogos e reflexões que me levaram às gargalhadas. Ok, ok, admito que eu dou risada de quase tudo...

Semelhança entre Nick Hornby e esta blogger: tudo começou com minha obsessão por listas, por ordenar coisas - ou melhor, quase todas as coisas que tenho pela frente (veja as listas até o fim desta página). O autor, dono de mesma mania, confessa nada sutilmente a sua imbecilidade em “Alta Fidelidade” (leia o livro e veja o filme roteirizado e estrelado por John Cusack).