Monday, October 29, 2007

Um puta prato cru
Apesar da expectativa de um grande espetáculo de rock, como escrevi na última sexta-feira, a última noite do TIM Festival deixou, na verdade, a sensação de um prato cru.
Tudo porque a falta de organização e atrasos imperaram no domingo e fizeram com que milhares de fãs deixassem a Arena Skol Anhembi muito antes do fim dos shows. Decepcionante.
Não fosse a elétrica e originalmente roqueira apresentação de Juliette & The Licks, eu teria achado que rasguei dinheiro com o caro ingresso do Festival. Tudo porque o que se viu (e não foi a primeira vez) foi muito sujeira - pois é, mesmo com tanto falatório sobre respeito ao meio ambiente, não era fácil encontrar latas de lixo, que ficaram ali espalhados entre a platéia -, filas imensas para ter acesso a qualquer coisa que alimentasse (e que distraísse a espera para os shows) e porque entre uma apresentação e outra as equipes demoravam, média, uma hora e meia para montar toda a parafernália das bandas.
O festival já erra logo de início, ao colocar as melhores atrações para tocar no domingo (sim, em 2005 foi a mesma coisa), sendo que a maioria do público trabalha na segunda-feira (sim, denovo, porque para ter acesso aos onerosos ingressos é preciso trabalhar, e muito). Segundo os colegas que se sacrificaram para ficar até o fim das apresentações, o evento terminou às seis desta segunda-feira.
Em tempos de quase violenta concorrência, uma operadora como a TIM nunca deveria esquecer-se de que é bem mais difícil manter um cliente, que conquistar novos adeptos e que experiências de marca como essas também podem ser bem negativas para a sua.

Friday, October 26, 2007

O filé ou prato principal



Está chegando a noite do menu do TIM Festival mais esperada por esta que vos escreve - domingo, 28. E, ao que tudo indica, esta promete ser uma das melhores de todas as edições, que acontecem desde 2003, quando a operadora assumiu o evento já consolidado no mercado com a marca Free Jazz Festival. Para quem está por fora, são muito aguardados os shows de Bjork, Artic Monkeys, Juliette & The Licks, The Killers, além de Spank Rock e Hot Chip, a partir das 18h30.

Se bem que em 2005, Mundo Livre S/A, Kings of Leon e Strokes fizeram apresentações de arrepiar (ou babar), pelas quais valeu o ingresso, o megatrânsito para deixar a Arena Skol Anhembi na saída e o sono na segunda-feira seguinte.

Fico aqui contando os minutos com água na boca, degustando na internet alguns aperitivos e tira-gostos. Bom apetite para que vai também!




Monday, October 22, 2007


Ele está lá sim



Embora o diretor Todd Haynes tenha chamado seu filme sobre Bob Dylan de I'm Not There, eu tenho certeza de que ele está lá sim. Não há dúvidas.

Ontem, depois da sessão exibida pela 31a Mostra de Cinema de São Paulo, fiquei um bom tempo pensando se havia gostado do filme ou não, ou se eu era a única que estava com um ponto de interrogação vermelho na testa. Sim, porque imediatamente ao término do filme, mais de uma dúzia de empolgados aplaudiam, enquanto eu simplesmente não conseguia formular uma opinião tão rapidamente. Mas isso pode ser a cor do cabelo também!

O fato é que, através de diversos atores (Cate Blanchett, Christian Bale, Heath Ledger, Richard Gere, entre outros) vivendo fases distintas da vida de Bob Dylan, o diretor contou um pouco da trajetória do cantor folk (que segundo o próprio, o estilo não era folk), misturando histórias verdadeiras e outras que talvez nem tenham acontecido e diálogos descontínuos (para não dizer malucos) sobre política, sociedade, música e, claro, o comportamento chato e egocêntrico de Robert Allen Zimmerman. É nisso que ele está lá. Talentoso, auto-didata, contraditório, polêmico, politizado, traidor, está tudo registrado lá.

Não chego a dizer que o filme é genial, como afirma o global Zeca Camargo, mas não posso dizer que não gostei, porque tem cenas lindas, direção de fotografia de arrepiar, além do privilégio da atuação de um grande elenco, muito bem caracterizado e ambientalizado, e ainda, algumas belas canções, muitas até desconhecidas. Pena que o filme ainda não tem data para estrear em circuito aberto no Brasil e o tira-teima vai ter que ficar para depois.

Quem preferir algo mais linear e menos poético, vale a pena ver (se não dormir antes) o documentário de Martin Scorcese, No Direction Home (2005).








Wednesday, October 17, 2007

Quem entende Michel Gondry?


Dessa vez, o cara indie-underground do cinema, que também já dirigiu inúmeros clipes de gente importante como Rolling Stones, The White Stripes, Beck, Paul McCartney e Bjork, visita agora o mundo publicitário em um filme criado para a Motorola.

Seus trabalhos mais expressivos (um deles até lhe rendeu um Oscar de Melhor Roteiro Original) são os filmes A Natureza Quase Humana e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, ambos do também criativo Charlie Kaufman.

Assim como nos filmes, no novo comercial de celular o diretor francês explora ao máximo o visual, as sensações e boas seqüências de cenas, sempre muito bem entrelaçadas. O conceito do filme não é lá assim tão inovador, uma vez que, como todas as outras fabricantes, evidencia a experiência proporcionada pelo aparelho. Mas merece atenção pelo critério de ter escolhido alguém tão caprichoso. E essa também pode ir para aquela lista de coisas que gostaríamos de ter feito...rs

também dica do André :)

Tuesday, October 16, 2007

Tarde nerds


Todo mundo sabe que ficar em São Paulo durante um feriado é ótimo porque, além de evitar o congestionamento nas estradas, pode-se aproveitar o que a cidade tem de melhor, sem enfrentar filas, trânsito e o estresse do dia-a-dia.

Mas o que muita gente ainda não fez foi visitar as atuais exposições que fazem parte das comemorações dos 60 anos do Museu de Arte de São Paulo. Seguindo um roteiro que começa pelo 2o andar, passamos pelo delicioso acervo do MASP, com importantes obras brasileiras, francesas, italianas, entre outras.

Em seguida, pode-se visitar a exposição "A Arte do Mito", que reúne uma das mais importantes coleções do mundo. Ao descer para o 1o andar, é possível conhecer a coleção pessoal de João Sattamini, na mostra "Arte e Ousadia: O Brasil na Coleção de Sattamini", repleta de interessantes trabalhos de artistas como Alfredo Volpi, Lygia Clark, Jorge Guinle Filho, Victor Arruda, Beatriz Milhazes, Daniel Senise, entre outros, divididos em fases sócio-políticas do país.

E o passeio termina (no subsolo) na coleção da DaimlerChrysler - "De Bauhaus a (Agora)" - que abriga pinturas, esculturas e instalações (adoro essa expressão!) da arte contemporânea internacional. Vê-se lá Josef Albers, Willi Baumeister, Andy Warhol, Hans Arp, Sylvie Fleury e John M. Armleder. É barato e é bacana, mas eu vou parar por aqui, antes que eu ache que entendo alguma coisa de arte!


Monday, October 15, 2007


Bravíssimo


Há alguns posts eu escrevi sobre a enxurrada de biografias de músicos que invadem os cinemas, ano após ano. Por isso, eu nem deveria falar de mais uma delas por aqui para não me contradizer e não deixar os leitores entediados. A questão é que esta, apesar de repetir a história de gênios da arte que tiveram um passado sofrido, surpreende pela sensibilidade e comoção.

A voz e o talento da francesa Edith Piaf já eram conhecidos da platéia mundial, mas o que se pode descobrir no filme que está em cartaz desde a última sexta-feira (12), Piaf - Um hino ao Amor (Olivier Dahan), é que toda a sua vida foi pontuada por tragédias, que em momento algum conseguiram tirar o seu brilho ou fazê-la desistir de sua maior paixão: a música.

Abandonada na infância pela mãe alcoólatra, abrigada pelo bordel da avó, depois criada pelo pai que a maltratava, Piaf quase ficou cega, prostituiu-se, passou fome, viveu bêbada cantando pelas ruas de Paris, usou drogas, teve uma gravidez adolescente e apaixonou-se por um homem casado, já famosa, e morreu jovem, aos 48 anos, de câncer, reumatismo e de tristeza pela morte desse homem, o boxeador Marcel Cerdan.

No entanto, o filme começa a se diferenciar dos demais quando pincela alguns desses momentos de forma muito sutil, num gesto de respeito ao pequeno pardal (assim a chamou o primeiro empresário que a viu cantar na rua) e de homenagem à força de seu dom de cantar, que fascinava a todos por onde passava.

Incrivelmente interpretada por Marion Cotillard (Um bom ano, 2006), a protagonista fica em cena quase todo o tempo, durante as mais de duas horas de filme, e comove tamanha sua dedicação física e emocional à personagem. Marion provou estar à altura de todos os famosos que costumam interpretar grandes nomes da música no cinema. (aplausos)

Thursday, October 11, 2007

Um pouco de inspiração



Perturbado, viciado, suicida, porém, talentoso. Um cara, como poucos na música, original e muito a frente de seu tempo. Quisesse eu escrever metade do que Kurt Cobain compôs e ter uma banda que revolucionou o rock, sem calcular a dimensão de seu poder transformador.

Essa foto foi assumidamente roubada do flickr da minha querida amiga Ste que recentemente visitou a Frieze Art Fair, em Londres, uma das mais charmosas do mundo.

Wednesday, October 10, 2007

A Tropa de Elite na Cingapura

Enquanto ainda repercute por aqui o "Tropa de Elite" do diretor José Padilha, em torno do universo de uma polícia que parece querer funcionar e também da pirataria descontrolada, lá na Cingapura a coisa funciona um pouco diferente. Mas bem, parece funcionar de verdade, mesmo para os assuntos julgados como de menor importância. Curioso o texto no Blog do Sérgio Dávila sobre a fiscalização das gomas de mascar lá para os lados da Ásia.

Monday, October 08, 2007

Mais um lançamento desse ano

A Rolling Stone gringa disponibilizou em seu site todas as músicas do novo disco do Radiohead, "In Rainbows" . Lembrando que a novidade vem acompanhada de uma atitude ousada da banda em relação à internet: a banda lançou um megabox comemorativo e também um novo sistema de download para suas músicas, onde os internautas podem pagar o quanto quiserem para baixar as canções (a partir do próximo dia 10, no site da banda). Não tem preço fixo nem leilão, funciona por meritocracia!
Esse é o sétimo disco da banda, que havia lançado o chato "Hail to the Thief" em 2003.

Tuesday, October 02, 2007

Sob o efeito da propaganda
Hoje foi divulgada uma pesquisa global que concluiu que os brasileiros são os que mais acreditam em propagandas. E eu não só acredito, como estou me vendo influenciada por ela. É a prova de que cruzar consumidor, canal e conteúdo realmente funciona para vender um produto.
Tudo isso para falar que eu não sou fã do Bob Dylan e acho que há na música mundial pessoas bem mais talentosas que ele mas que, com toda a publicidade em torno do filme "I'm not there", sobre a vida do cantor, que será lançado em breve no Brasil, já estou convencida de que tenho que ver o filme o quanto antes.
Além do próprio filme em sim ser uma grande estratégia de marketing, ao trazer diferentes nomes do cinema para interpretar as diversas fases da vida de Dylan, o trailer já virou um "case viral", espalhando-se por todo o mundo e agora tem até um site onde você pode escrever uma mensagem qualquer que pode ser enviada para quem você deseja, nas mãos de, nada mais, nada menos, que o próprio dito cujo.

Elephant o quê?


Já tem uns dois meses que o André introduziu uma banda muito boa à turminha - confesso que no começo fiquei tentando entender o que era. Todo mundo adorou e eu achei que merecia dividir isso com quem curte descobrir coisas novas (e não tão novas assim). O nome da banda é Beirut, os caras são americanos e o som parece ter saído da nova geração do pop britânico, apimentada por uma levada que lembra uma orquestra cigana. Resumo da ópera: delicioso.


O primeiro trabalho gravado pela banda foi o EP "Lon Gisland", do qual saiu a música "Elephant Gun", minha preferida e cujo clipe é realmente muito bem feito.


O CD da estréia oficial foi o "Gulag Orkestar", com 13 boas canções, às vezes, um pouquinho cansativas. De qualquer forma, vale a pena espiar. A indicada do André é "Post Cards From Italy", que também gruda feito chiclete.


E está previsto para o próximo dia 08 o lançamento no novo disco "The Flying Club Cup" (foto) nos EUA, o qual ainda deve demorar aquele tempo de praxe para chegar ao Brasil - mas que já deve estar rolando pela internet a fora. Se alguém encontrar, dê a dica!