Thursday, February 08, 2007

Placebo: menos poderá ser mais.

Placebo é indiscutivelmente uma grande banda de rock (vide a admiração que despertou em mitos da música, como David Bowie), que neste ano, para nossa sorte, já tem data certa para retornar aos palcos brasileiros.

Na primeira vez em que estiveram no Brasil, em 2005, a banda teve que cumprir um calendário exigente e apertado para se apresentar durante as etapas classificatórias do festival Claro que É Rock (que depois também nos trouxe Iggy Pop, Mike Patton, Sonic Youth, Flamming Lips e Nine Inch Nails). Apenas no Brasil foram oito shows, dos catorze que a banda fez em toda a América Latina.

Tal compromisso e o repertório sem novidades – a turnê latina foi parte da divulgação da coletânea de singles “Once More with Feeling” – imprimiram às apresentações um tom burocrático e frio. Assim como eu, muitos fãs ficaram decepcionados, apesar da qualidade do som, da seqüência de hits famosos tranqüilamente despejados ao público empolgado (exibindo suas unhas pintadas e olhos delineados iguais aos integrantes da banda).

O que não deu certo? Acredito que os músicos estavam pouco à vontade e talvez nem esperassem a recepção (sempre) tão calorosa dos brasileiros. Segundo as críticas, os shows fora de São Paulo foram bem melhores.

Apesar de sempre negar o título de ícone glam rock - gênero inventado pelo próprio Bowie e seu alter-ego Ziggy Stardust, que destacou-se mais pelo visual dos músicos do que pela roupagem das composições -, o Placebo é formado pela bela voz de Brian Molko (que também empenha a guitarra), Stefan Olsdal (baixo) e Steve Hewitt (bateria). Um inglês, um americano e um sueco, respectivamente, fazem juntos um som melancólico, porém, explosivo, com letras densas e ousadas, que traduzem angustia e até um certo desespero.

Agora a expectativa é (e eu pagarei para ver) que, com um número bem menor de apresentações – 25/03 no Rio de Janeiro e 27/03 em São Paulo - e já familiarizado com o Brasil, a banda anglo-européia, que tem onze anos de carreira, sinta-se mais feliz em cima dos nossos palcos e nos mostre ao vivo aquilo que só conhecemos dos DVDs.

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