Tuesday, December 05, 2006

Bancando a crítica*

Gostei muito de um filme que assisti nesta semana e queria dividir com quem gosta de filminho com pipoca como eu.

Observem, gosto. Sou uma admiradora, não necessariamente – alías, bem longe – de ser uma excelente entendedora. E por isso, hoje vou bancar ua de crítica, falando bem simples, para quem também não está muito preocupado com o que o Rubens Ewald Filho achou do filme.

“Obrigada por fumar”, Thank you for smoking, do Diretor Jason Reitman, foi o filme que me trouxe aqui. Descontraído, mostra em seus 92 minutos o dia-a-dia de um profissional que prática a arte (para mim é) do lobby.

Aaron Eckhart (O Pagamento e Um Domingo Qualquer) é Nick Naylor, o principal porta-voz de uma associação formada por grandes fabricantes de tabaco, que faz de tudo para defender a comercialização de cigarros. Apesar da causa polêmica, ele utiliza vários e inteligentes recursos para evitar que vigilantes da saúde consigam prejudicar as vendas do produto. Tudo isso, ao mesmo em que estimula seu filho a fazer reflexões sobre ética e valores morais.

Não chega a existir uma discussão sobre o que é certo ou errado sobre o tema proposto, pois o personagem não sofre deste conflito. Ele sabe muito bem qual deve ser o seu papel e, por mais que possa haver alguma contradição entre o que ele faz e pensa para a sua vida, Eckhart justifica sua atuação como a única forma que encontrou para pagar suas contas. Ele chega a se comparar com outros nomes da sociedade conhecidos pela precisão com que executam suas atividades (“Jordan plays basket. Manson kills people. I speak.”).

Mas o que definitivamente conquistou minha atenção foi a aula de estratégia que tive durante a sessão de cinema. Não sobrou saudade dos tempos em que eu achava que aprendia alguma coisa na faculdade. É o profissional de comunicação em sua melhor forma, otimizando todas as ferramentas a seu favor. Convencendo a sociedade (excelente!), negociando com grandes chefões da indústria do tabaco e donos de hollywood, depondo na justiça e driblando repórteres espertinhos (eu e todos os assessores de imprensa adoramos!), ele mostra como é possível reverter o jogo quando só se espera o pior fim para ele. E que um pouquinho de malandragem não faz tão mal assim.

Eu, que O-D-E-I-O cigarro, quase saí de lá fumando.

*Obs: Este blog é meu então eu tenho todo o direito de colocar um texto de setembro de 2006 :P. Também foi publicado no www.churrascogrego.com.br .

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