Thursday, March 22, 2007


Prêt-à-Porter o quê?

Nestes dias, diante de algumas vitrines de shopping abarrotadas de casacos, cachecóis, veludos e outros ícones do mais rigoroso inverno (que também nunca passou pelo Brasil), fiquei me perguntando: alguém ainda acha que ‘veremos’ o frio neste ano?

Para os felizardos que terão férias ou passarão uma temporada no hemisfério norte, até faz bastante sentido esbarrar em roupas quentinhas, botas enormes e couro. Já eu, vou ficar de olho em quem estiver lançando a nova coleção primavera-verão-ultra-mega-quente, com tecidos fininhos, geladinhos e muito coloridos. Aliás, com essa confusão climática, será que vamos usar branco em julho e marrom ou cinza em dezembro?

E depois de tanto ouvir, ler e falar sobre o assunto que não sai da pauta de todos os principais noticiários do mundo, de todas as discussões das marcas sobre responsabilidade sócio-ambiental e de sentir na pele o calor insuportável que nos tira da cama todos os dias, é impossível negar o aquecimento global.

Para quem não entende absolutamente nada sobre os efeitos do gás carbônico, o derretimento das calotas polares, energia termoelétrica, biocombustível e até gostaria de contribuir positivamente de alguma forma, vale a pena conferir o documentário “Uma Verdade Inconveniente” (já disponível em algumas locadoras), onde são apresentados os estudos climáticos de Al Gore, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, no governo Bill Clinton e ex-futuro presidente, que venceu dois Oscar® neste ano.

Al Gore mostra de forma muito didática o processo de aquecimento global, comparando informações de séculos e décadas sobre a ação do homem na Terra, quais tem sido as mais recentes conseqüências e as catastróficas previsões caso nada seja feito por todos nós a partir de agora.

O documentário nada mais é que a tese que orientou toda a vida política de Al Gore, já revelada aos mais diferentes públicos em todo os cantos do mundo e levada à discussão por ele mesmo ao congresso americano. E, apesar, das excelentes argumentações e teorias muito bem embasadas, perde pelo excesso de interesses políticos por trás da mensagem preocupada.

Por diversas vezes é exaltada a imagem de bom moço do político, como no trecho em que é lembrada a sua infância sempre muito próxima à natureza. E mesmo citando os principais problemas já sentidos em diferentes partes do mundo, em nenhum momento é lembrada a Amazônia, a maior floresta tropical existente até hoje, e nem mesmo a América do Sul. O Brasil é rapidamente citado apenas quando ele aponta alguns lugares atingidos por furacões. Vi aí uma grande falha. Mesmo porque o nosso país é um dos poucos que utiliza a energia hidrelétrica – que polui muitas vezes menos que a utilizada pelos norte-americanos – e porque somos um dos líderes em produção e pesquisas sobre o biocombustível, que já começa a chamar a atenção deles.

Enfim, é um filme de americanos para americanos que, como sempre, pensam unicamente em si e sentem-se o centro do universo. Mas se você fizer como eu e ignorá-los, pode ser uma boa maneira de entender o que acontece quando se toma banho, cozinha, anda de carro, não recicla lixo e etc...

2 comments:

Anonymous said...

Oi, Ju... interessante essa post. Até pq a Amanda e eu estávamos discutindo disso há um tempo atrás. Aliás, vc tem uma opinião bem parecida com a q ela me falou...
Enfim, até abri um tópico lá no orkut, onde a gente fez uns comentários à respeito, se quiser dar uma olhada depois. Bjs, Lívia.

http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=251127&tid=2521196114038936271

Ju Decanine said...

Pode deixar, Lívia!!!
bjinhos e obrigada