Thursday, March 01, 2007

Please, Beck, come back!

Já está mais que na hora dos grandes produtores de shows e festivais brasileiros se movimentarem para trazer o alternativo Beck de volta aos palcos brasileiros. Sua única apresentação aqui aconteceu em janeiro de 2001, na última edição do ‘original’ Rock in Rio.

Motivos não faltam e fica até difícil não ser repetitivo ao falar do trabalho deste ótimo cantor e compositor californiano, que, como todos sabem, se dedica a descobrir sempre novas linguagens e roupagens para a música. Beck está constantemente se reinventando e surpreendendo os fãs (em todo o mundo) com seu estilo mais que moderno, sons inovadores e repletos de referências (inclusive brasileiras), nunca deixando que a força comercial o intimidasse, mesmo quando a crítica desgraçava algum de seus álbuns. Aliás, tal irreverência é o que permitiu a ele tantas experimentações de sucesso.

Seu mais recente disco, “The Information”, lançado no final do ano passado, dividiu as opiniões daqueles que esperavam uma espécie de continuação de “Guero”, seu aclamado antecessor. No ponto de vista de quem aprovou o novo disco, assim como eu (a Rolling Stone americana o elegeu como o 24º melhor álbum de 2006), grande parte das faixas segue a linha de trabalhos mais antigos, como “Midnite Vultures” e “Odelay” (meu preferido), com músicas dançantes e irresistivelmente esquisitas, além daquela voz suave e preguiçosa que deixa os refrões martelando na cabeça por dias a fio, como “Think I’m in Love”, “Cellphone’s Dead” ou “Nausea”. Já algumas delas deixam quem está ouvindo ficar meio perdido (a pior tem mais de 10 minutos), mas não chega a desagradar.

Em entrevista à Wired de outubro, edição da qual também foi capa, Beck falou um pouco de como a tecnologia digital ainda irá revolucionar o mercado fonográfico e o que ele tem feito neste sentido. Bom lançador de tendências que é, ele já tem utilizado as ferramentas disponíveis para manter uma maior interatividade com seus fãs, como, por exemplo, lançando uma versão alternativa de “The Information” no YouTube contendo 15 videoclipes de baixo custo, feito por cineastas como Michael Gondry (“Natureza Quase Humana” e “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança”) e até por sua própria família (!!!).

O cantor revelou também que gostaria de encontrar maneiras para que o público interagisse ainda mais com seu trabalho, remixando suas canções e até jogando-as como um videogame (!!!). Para quem não sabe, a capa de “The Information” é toda branca para que se possa criar o que quiser.

Ajoelhar serve como argumento? Acho que tem gente bobeando por aqui. Enquanto os japoneses, sortudos e muitas milhas à nossa frente, preparam-se para receber a turnê do ídolo em abril, nós aqui aguardamos ansiosamente (quem?) a incrível apresentação de Roger Waters e seu (imperdível?) “The Dark Side Of The Moon”.

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